Imelda Cortez, vítima de abusos sexuais do padrasto desde os 12 anos, enfrenta agora uma pena de 20 anos de prisão por tentativa de aborto. Em El Salvador, país natal de Imelda Cortez, o aborto é proibido, mesmo em casos de violação, o que levará a jovem, de 20 anos, à barra do tribunal.
Depois de ser encontrada pela mãe a sagrar e com dores, Imelda foi levada para o hospital. Ao analisarem a paciente, os médicos consideraram tratar-se de uma tentativa de aborto e contactaram as autoridades. A polícia, que realizou uma busca, encontrou a bebé bem de saúde. Já Imelda, após uma semana no hospital, foi detida e será julgada por tentativa de homicídio.
O caso está a levantar vozes de protesto que denunciam um sistema jurídico persecutório das mulheres e que castiga as vítimas. Imelda Cortez terá sido inicialmente acusada pelo tribunal de inventar as violações. As acusações mudaram de tom quando os testes de ADN e de paternidade confirmaram as alegações de Cortez. O padrasto, de 70 anos, não foi ainda acusado de qualquer crime.