Uma mulher portuguesa, de 50 anos, começou na última segunda-feira a ser julgada em Tulle, França, por esconder a filha durante dois anos entre a mala do carro e um quarto obscuro nos fundos de uma habitação.
De acordo com a estação de rádio France Info, Rosa Maria da Cruz rejeitou e escondeu a gravidez. A criança, França Serena, só foi descoberta em 2013, dois anos depois de nascer. Atualmente, com sete anos e diagnosticada com autismo irreversível, a menina “emite sons”, mas não consegue estabelecer comunicação.
Em 2013, Rosa foi a uma oficina de Terrasson com “problemas de alerta”. Contudo, o facto de não querer abrir a mala da viatura de onde vinha barulho levou os mecânicos a desconfiar.
"Descobri a menina no fundo da mala, nua, ao lado de uma alcofa podre, nojenta. Dei um salto para trás por causa do cheiro", contou o funcionário Denis Latour, citado pela mesma rádio.
Segundo Gillaume Iguacel, um outro funcionário, Serena era “branca como a cal”, estava deitada sobre sacos do lixo e rodeada dos próprios excrementos. Do seu lado, a criança tinha ainda um biberão com leite fermentado.
Serena mal respirava e os bombeiros chegaram mesmo a afirmar que esta não teria sobrevivido se tivesse permanecido mais meia hora fechada.
Os funcionários relatam ainda que Rosa estava calma e que acreditam que a mulher se terá dirigido à oficina para ser descoberta.
Rosa deu à luz com o conhecimento do pai da criança com quem tem mais três filhos e garante que só a colocou no carro quando este ficou desempregado e começou a passar mais tempo em casa.
Serena está agora numa família de acolhimento e tem pânico de espaços fechados.
Rosa Maria Cruz corre o risco de passar os próximos 20 anos na prisão.