A primeira-ministra britânica, Theresa May, reafirmou em conferência de imprensa o acordo a que chegou com Bruxelas para a saída do Reino Unido da União Europeia, a 29 de março de 2019, e passou as responsabilidades para a Câmara dos Comuns. Se os deputados não quiserem, continuou, mergulhar o Reino Unido na incerteza, terão de votar com consciência e responsabilizar-se perante os seus constituintes.
"Este é um Brexit que cumpre as prioridades do povo britânico", disse May. A líder britânica argumentou que o acordo por si apresentado aos britânicos colocou o interesse nacional em primeiro lugar e que irá lutar pelo acordo "com todas as forças".
E descartou a realização de um segundo referendo. "No que me disser respeito, não haverá um segundo referendo", afirmou aos jornalistas.
Ao início da manhã, o ministro britânico para o Brexit, Dominic Raab, apresentou a sua demissão, incentivando a que outros ministros também o fizeram. Esther McVey, ministra do Trabalho e das Pensões, seguiu-se os passos e bateu com a porta a Downing Street. Mais tarde, Suella Braverman, secretária de Estado para o Brexit, e Shailesh Vara, secretário de Estado da Irlanda do Norte, demitiram-se.
Desde que tomou posse, a primeira-ministra já perdeu 18 ministros. Questionada sobre quem seria o próximo ministro para o Brexit, a primeira-ministra limitou-se a responder que esteve ocupada o dia todo e que o irá fazer "no devido momento".
A fração pró-Brexit dentro do seu partido, liderada pelo deputado Jacob Rees-Mogg, enviou cartas para pedir uma moção de confiança contra o governo conservador de May. Espera-se que as 48 cartas necessárias para convocar a moção venham a ser reunidas, mas até ao momento o número necessário não deu entrada junto do Comité 1922, espécie de gabinete de apoio ao partido à liderança conservadora. Confrontada com uma moção do seu próprio partido, May afirmou que a "liderança é sobre tomar a decisão certas, não a fácil". "Como primeira-ministra, a minha missão é alcançar um acordo que cumpra a decisão do referendo".