Turismo abranda e regressa aos crescimentos de 2012

INE também destaca uma travagem no número de dormidas

Há boas e más notícias na trajetória que o setor do turismo tem vindo a fazer este ano. De acordo com os dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), nos primeiros nove meses do ano, os estabelecimentos hoteleiros receberam mais de 16,5 milhões de hóspedes. E é com base nestes valores que a entidade aponta para um novo recorde no setor. 

No entanto, também importa referir que este número de hóspedes acaba por representar um aumento de 1,33% em relação a igual período do ano passado, transformando-se num menor crescimento homólogo. Na verdade, é necessário recuar até 2012 para encontrar uma correspondência: nesse ano, o número de hóspedes caiu 1,42%.

A somar a este recuo está ainda um outro sinal de travagem: nos primeiros nove meses foram registados mais de 46,12 milhões de dormidas, menos 0,53% do que em 2017. 

Recorde-se que esta é a primeira grande queda neste indicador desde 2009, ano em que as dormidas diminuíram 7,5%. Para o INE, estas trajetórias descendentes podem ser explicadas sobretudo pelo mercado externo, já que o interno continua a dar sinais de crescimento. O destaque é dado principalmente à continuada queda do turismo proveniente do Reino Unido. “Nos primeiros nove meses do ano, este mercado registou um decréscimo de 9,7%”, realça a entidade. 

Este alerta já tinha sido dado algumas vezes, nomeadamente por empresários do sul do país, porque, a somar ao Brexit, está o facto de alguns destinos terem voltado a ser concorrência. É o caso da Turquia, Tunísia e Egito, para onde milhares de turistas começaram a voltar.