A Associação Aldeias de Crianças SOS em Portugal faz parte de um conjunto de seis arguidos de um processo por crimes de maus-tratos. No banco dos réus estão também cinco funcionários da instituição.
O juiz de Instrução Criminal considerou que havia sustentação na acusação do Ministério Público sobre os crimes de maus tratos identificados em 2015. E, a 12 de outubro, decidiu pronunciar os seis arguidos – cinco pessoas singulares e a própria instituição, avança o Jornal de Notícias.
Entre os arguidos está Rui Dantas, diretor da Aldeia SOS de Gulpilhares entre 2003 e 2015, mães sociais, auxiliares e educadoras da instituição.
As crianças e jovens, na sua maioria pertencentes a etnias ou com “tendências homossexuais”, que viviam na instituição de Vila Nova de Gaia terão sido insultados, humilhados e até agredidos com “sapatadas, agarrões e puxões de orelhas”, explica a acusação do Ministério Público.
A Associação Aldeias de Crianças SOS afirmou que o MP “partiu do pressuposto errado”, garantindo que Rui Dantas não assumia a liderança da instituição. No entanto, segundo o despacho, era Dantas quem “efetivamente tinha poderes” ma Aldeia de Gulpilhares.
Luís Cardoso Mendes, secretário-geral da Associação Aldeias de Crianças SOS, garantiu à Lusa que foram adotadas medidas “enérgicas” para evitar os maus tratos nas instituições. “Tomámos medidas enérgicas para reorganizar a equipa e reforçámos mecanismos de supervisão interna e externa, com maior intervenção junto das crianças. Hoje seria muito mais difícil acontecerem abusos como este”, disse.