Às acusações de falta de apoio do governo português às centenas de refugiados que vieram para Portugal, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, admitiu que é preciso melhorar a integração e aumentar a capacidade das instituições para essa integração, mas recusou as acusações.
"Há que melhorar a capacidade das instituições, sobretudo na fase posterior aos 18 meses de integração. Esperamos, aí, com as entidades que têm responsabilidade pelo acolhimento -e que são fundamentalmnete o Alto Comissariado para as Migrações e a Segurança Social – que se consiga, sobretudo, discutir, nem o momento da receção nem os 18 meses de programa de acolhimento, mas aquilo que se pasa depois", disse o ministro, citado pela TSF. "Isto é, temos que reforçar os mecanismos de autonomização".
Ainda que o programa precise de melhoramentos, o ministro não deixou de defender o modelo de acolhimento português: "o que tem caraterizado este processo é o caráter exemplar do modelo português, porque não tem campos de refugiados, tem uma grande articulação com a sociedade civil".
No final desta semana, a Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) e o Conselho Português para os Refugiados criticaram o governo poder dar um apoio "casuístico, isolado e descoordenado", segunda declarações de André Costa Jorge, coordenador da PAR, ao "Público".
Entre as críticas das organizações civis encontra-se o atraso de documentos pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, inexistência de aulas de língua portuguesa quando não existem alunos suficientes para a abertura de uma turma, integração dos refugiados e falta de diálogo e reuniões entre o governo e as organizações.
"Eu tenho, nesta matéria, participado em todas as reuniões. Não é por falta de reuniões. O que nós queremos é que a sociedade civil mantenha o seu empenho", disse Cabrita.