As duas crianças diagnosticadas com sarampo não tinham sido vacinadas, revela a diretora-geral de Saúde.
“Uma das crianças destes surtos tinha 13 meses e ainda não tinha feito a primeira dose [recomendada aos 12 meses]. Se tivesse, provavelmente não contraía sarampo ou teria uma doença ligeira", disse esta sexta-feira Graça Freitas, citada pela Lusa. A segunda criança “estava a iniciar a idade para ser vacinada", acrescenta a diretora-geral de Saúde reforçando que “não se deve atrasar a vacinação das crianças”.
Esta quinta-feira, pelas 19h00, tinham sido diagnosticados 18 casos resultantes de dois surtos na Região de Lisboa e Vale do Tejo. 15 deles estão confirmados laboratorialmente. No caso do surto de Oeiras os infetados são “todos adultos e estão todos bem”, em Cascais “também estão todos bem”, incluindo as duas crianças diagnosticadas.
A origem do surto surgiu em adultos que "vieram de outros países sem nenhuma vacinação e transmitiram a doença a dois tipos de pessoas em relação à vacinação: as que tiveram o sarampo habitual e não tinham vacinas e a algumas pessoas, sobretudo profissionais de saúde, que estavam vacinadas", explica a diretora-geral de Saúde.
Quem for vacinado, mesmo contraindo a doença tem um “sarampo modificado”, ou seja “não é a doença exuberante e habitual”, acrescenta Graça Freitas. "É uma doença muito mais ligeira que tem uma grande vantagem, não contagia, à partida, outras pessoas e acaba ali uma cadeia de transmissão.”
A diretora-geral de Saúde acentuou a necessidade da vacinação porque mesmo que o vírus não circule em Portugal, “não há fronteiras para as pessoas nem para os vírus”. "Vacinar é a primeira medida de proteção contra o sarampo, uma doença que habitualmente evolui bem, mas que pode dar complicações como uma pneumonia, uma encefalite, pode ser uma doença grave, Às vezes até origina morte", reforçou.