Na véspera de novo encontro com o Benfica, que pode decidir o futuro europeu das águias e também do Bayern Munique, Renato Sanches manifestou o seu apoio para com Rui Vitória, que tem vindo a ser muito criticado pelos adeptos encarnados. O médio, lançado na equipa principal do Benfica precisamente pelo técnico encarnado, considera que as críticas são injustas e lança até uma farpa aos anteriores treinadores das águias, nomeadamente Jorge Jesus.
"A exigência é muito grande, mas creio que acima de tudo têm que perceber que o Rui Vitória tem feito um trabalho muito bom desde que chegou ao clube. Conseguiu conquistar títulos nos primeiros anos e eu também lhe devo muito daquilo que sou, porque foi ele que apostou em mim. Tem feito no Benfica aquilo que outros não fizeram e que é aquilo que o clube precisa: apostar na formação. Fico muito orgulhoso por ver alguns colegas meus, mais novos, a seguirem o mesmo caminho que eu segui", salientou Renato Sanches, em entrevista ao "Record", na qual revelou ainda que no verão houve a possibilidade de voltar ao Benfica.
Já na conferência de imprensa de antevisão ao encontro desta terça-feira, o internacional português voltou a frisar o desejo de que Rui Vitória continue no banco dos encarnados, mas também Niko Kovac, que tem sido igualmente muito criticado no Bayern – quinto na Bundesliga, já a nove pontos do líder Borussia Dortmund. "Prefiro não dar a minha opinião sobre isso, o meu trabalho é jogar e não falar do treinador. No futebol há altos e baixos, eu próprio já passei por altos e baixos. Não é um problema meu, mas espero que o treinador fique e espero que o Rui Vitória fique, isso é o mais importante", indicou, garantindo que os alemães tudo irão fazer para vencer.
Sobre novo reencontro com o Benfica, depois de ter marcado na Luz (0-2, na primeira volta), Renato foi taxativo. "Toda a gente sabe que regressar a Lisboa foi importante para mim e para a minha família, e ter marcado um golo foi um momento bom para mim, mas mau para o Benfica. Consegui recuperar um bocado a minha confiança que, naquela altura, não estava muito boa, mas ao longo do tempo tenho recebido o apoio do treinador e dos meus colegas. Isso é muito importante. Vai ser um momento especial para mim e para a minha família novamente. Normalmente a minha família fica sempre feliz se eu marcar um golo, seja contra o Benfica, seja contra outro clube. Recebi algumas mensagens, foi o meu regresso a Portugal, foi em Portugal que consegui sobressair e onde tive o meu melhor momento futebolístico. Foi importante ter recebido essas mensagens de algumas pessoas", referiu o médio, prevendo um jogo "com mais emoção" em Munique, devido à "altura mais avançada da época" e também pelo facto de ambas as equipas precisarem de ganhar. Questionado sobre os pontos fracos do Benfica, Renato optou por não responder: "Não vou dizer na conferência de imprensa. O treinador é que sabe a tática que vai dar, ele é que decide as coisas, ele é que diz o que temos de fazer dentro do campo."
No final do último encontro para o campeonato, onde o Bayern, em pleno Allianz Arena, consentiu um empate (3-3) perante o Fortuna Dusseldorf, penúltimo classificado, o técnico do modesto conjunto lançou várias críticas à defesa bávara, em especial ao internacional alemão Jérôme Boateng. "Tudo se torna mais fácil para os rivais. A defesa deles é muito frágil, já sofreram 17 golos em 12 jornadas do campeonato. Isso é o número de golos que costumam sofrer durante toda a Bundesliga. São muito, muito vulneráveis. Na sua forma atual, nenhum treinador no mundo devia permitir que o Boateng jogasse. Esteve sempre mal posicionado e evitou os duelos com o Lukebakio [autor dos três golos do Fortuna Dusseldorf", disparou Friedhelm Funkel. Renato Sanches, todavia, não concorda com as críticas. "Toda a gente sabe que o Boateng é um grande central, já ganhou coisas que muitos jogadores gostariam de ganhar. Temos de respeitá-lo, é um grande jogador. Aconteceu um erro, mas a culpa não foi do Boateng, foi de toda a equipa", realçou o médio português, lembrando que ele próprio já viveu momentos igualmente difíceis no Bayern: "Quando cheguei ao Bayern não estava totalmente preparado. O Bayern tinha jogadores que só conhecia da televisão ou da PlayStation. Conviver com eles foi totalmente diferente, acho que foi tudo uma questão de tempo e confiança. No meu primeiro ano, quando cheguei, estive lesionado um mês, perdi a pré-época. A pré-época é importante para um jogador, ainda por cima quando sai do seu país, do seu espaço de conforto. Tudo tem o seu tempo e agora, graças a Deus, sinto-me bem e confiante."