O Sporting defronta esta quinta-feira o Qarabag, em pleno Azerbaijão, e sabe de antemão que uma vitória lhe garante o apuramento para os 16-avos-de-final da Liga Europa, ainda com uma jornada por realizar – ou mesmo um empate, caso o Arsenal vença na Ucrânia o Vorskla Poltava. Ciente desse facto, o técnico holandês Marcel Keizer assegura ainda que os leões irão jogar para ganhar, obviamente, mas tentando ir mais além.
"O primeiro objetivo é ganhar o jogo. Ganhar bem, com bom futebol, um futebol atrativo se for possível, mas o principal objetivo é mesmo vencer. É esse o nosso foco. Quando o jogo começar, o Sporting está apenas focado em si próprio. Se tiver uma ajuda do Arsenal, será bem-vinda, mas não é por isso que estamos aqui no Azerbaijão. É importante estarmos bem no jogo e fazer um bom resultado", frisou o treinador leonino, a completar a terceira semana de trabalho em Alcochete.
"Ainda não estamos há muito tempo no clube, mas já conhecemos bem os jogadores. Estamos juntos há três semanas, aprendemos uns com os outros todos os dias. Mudar a forma de jogar nem sempre resulta com a mudança de jogadores, mas sim com mudanças na forma ofensiva e defensiva de se jogar, mas conhecer melhor os jogadores, é, nesta altura, o mais importante", salientou Keizer, abordando o encontro com o Lusitano Vildemoinhos, para a Taça de Portugal – o seu primeiro no banco leonino: "Não gosto de falar dos jogadores individualmente. Não gostei muito dos primeiros dez ou quinze minutos do primeiro jogo, mas depois tudo funcionou melhor, marcámos quatro golos, houve um sentimento positivo no final do jogo e falámos sobre o que poderíamos melhorar. Individualmente não gosto muito de falar."
Para o holandês, o Sporting terá de imprimir "em todos os jogos" o "espírito e energia" que mostrou em Londres, no nulo arrancado no terreno do Arsenal. "Se pudermos levar qualquer coisa desse jogo para o jogo de amanhã é exatamente o espírito que trouxemos do Arsenal", sentenciou.
No seio do balneário leonino, a confiança abunda – pelo menos é o que parece, atendendo às palavras de André Pinto: o central acredita que o Sporting vai garantir já esta quarta-feira a qualificação, mas olha já para… a final, que se realizará precisamente no Azerbaijão (Baku). "A equipa está preparada para o jogo de amanhã, sabemos a dificuldade do jogo, queremos garantir desde já a qualificação para a próxima fase e esperamos que daqui a seis meses, quem sabe, possamos cá voltar. Estamos cientes das dificuldades e das valias deles, mas muito confiante quanto ao que podemos fazer para garantir a passagem", indicou.
Do outro lado estará um Qarabag que voltou a respirar quando, na última ronda, foi à Ucrânia vencer (0-1). Os três pontos em quatro jogos, porém, denotam as fragilidades do conjunto e o próprio treinador admite-o, considerando até insultuoso comparar a valia da equipa com a do Sporting. "É o nosso último jogo em casa. Queremos ganhar para mantermos em aberto a possibilidade de nos qualificarmos. Queremos proporcionar um bom espetáculo para os nossos adeptos e estamos a jogar em casa, temos de ter a iniciativa. Vamos fazer todos os possíveis para conseguir um bom resultado. Mudança técnica no Sporting? Muitas vezes, nestas situações, a equipa passa a jogar mais", salientou Gurban Gurbanov, antes de ser questionado em relação às várias ausências no conjunto leonino (Mathieu e Acuña estão castigados, Raphinha e Montero lesionados): "Nunca dei muita importância ao plantel do rival, porque as equipas como o Sporting têm sempre muitos e bons jogadores, seja quem for que jogue. Acham que há jogadores vulgares naquela equipa? Vamos defrontar uma equipa forte e com muita história."
O próprio Qarabag não vai poder contar com a sua principal referência no ataque: o avançado suíço Emeghara vai ser operado e está indisponível para os próximos jogos. "Não joga amanhã, mas temos o Abdoulay que não é o mesmo tipo de avançado mas pode fazer esse papel. A grande motivação para a nossa equipa é mantermos o apuramento em aberto. Isso é o mais importante", sentenciou Gurbanov.