Os escritórios do maior banco comercial privado da Alemanha em Frankfurt, Eschborn e no município de Groß-Umstadt foram alvo de buscas por suspeitas de branqueamento de dinheiro, confirmou o Ministério Público de Frankfurt. Os principais alvos são dois empregados de 50 e 46 anos e responsáveis do banco que terão ajudado clientes do Deutsche Bank a criar contas offshore para lavagem de dinheiro.
A investigação levantou “suspeitas de que o Deutsche Bank apoiou os clientes na criação de negócios offshore em paraísos fiscais e que dinheiro gerado através de atividades criminais foi movimentado nas contas do Deutsche Bank sem que o banco tenha alertado as autoridades sobre a possibilidade de se tratar de operações de lavagem de dinheiro”, segundo comunicado do Ministério Público.
A CNN, citando os procuradores alemães, noticiou que só através de uma subsidiária nas Ilhas Virgens Britânica, o banco alemão serviu 900 clientes num total de 311 milhões de euros.
Nas buscas em que participaram 170 responsáveis judiciais, inspetores fiscais e da polícia foram apreendidos documentos e ficheiros eletrónicos.
“Tanto quanto sabemos, já demos às autoridades todas as informações relevantes referentes ao Panama Papers”, disse Joerg Eigendorf, porta-voz do Deutsche Bank, citado pela Bloomberg depois de o banco ter emitido um comunicado a confirmar as buscas e revelou estar a cooperar com as autoridades.
Ações refletem consequências
A bolsa de Frankfurt registou uma queda acentuada das ações do banco, uma vez que estas desvalorizaram num máximo de 4,7%.
O cenário de queda não é novidade. Desde o início do ano, as ações do banco acumulam têm vindo a negociar em mínimos históricos e acumulam já uma queda de cerca de 50%. A fraca evolução da atividade e as pesadas multas por parte dos reguladores são apontados como a principal causa para o desempenho negativo do banco.