Em setembro passado quebrou um jejum de cinco anos sem vencer ao conquistar o Tour Championship, prova que encerra a época do PGA Tour, o circuito norte-americano de golfe. Mas, diga-se, mesmo que não o tivesse feito, o nome de Tiger Woods, ex-líder do ranking mundial e vencedor de 14 major’s, enche sempre um cartaz de um torneio da modalidade – e neste caso não foi diferente.
Tiger Woods, que está neste momento a apenas dois triunfos de Sam Snead, o jogador com mais vitórias (82) na história do PGA Tour, foi um dos eleitos para integrar o The Match, um encontro de exibição que aconteceu na passada sexta-feira (24 novembro) em Las Vegas, no Nevada. Para enfrentar o jogador de 42 anos foi chamado o seu compatriota, o norte-americano Phil Mickelson, um golfista experiente, vencedor de cinco torneios major’s além de um total de 43 eventos do PGA Tour.
O evento prometia, é certo, mas acabou por desiludir os fãs da modalidade, que não se pouparam nas críticas ao golfe de baixa qualidade apresentado pelos dois norte-americanos. Porém foi mesmo Mickelsen quem acabou por dominar todo o encontro, levando a melhor sobre Woods, ao 22.º buraco, o quarto do ‘play-off’, graças a um ‘birdie’ (uma pancada abaixo do par) num ‘par 3’, com um ‘putt’ a cerca de um metro e meio.
Com o triunfo, o golfista de 48 anos arrecadou 9 milhões de dólares (quase 8 milhões de euros).
No final do encontro, o mais velho dos californianos brincou: «Tiger continua a ser o melhor golfista de todos os tempos, mas vai saber bem poder lembrar-lhe que o venci». Por sua vez, Woods lamentou o fraco nível de golfe exibido: «Gostava que ambos tivéssemos jogado melhor, mas nenhum de nós jogou bem naquele dia […] devíamos ter feito pelo menos sete, oito birdies cada». Além do jogo, Tiger Woods, que continua a ser considerado o melhor golfista da atualidade, revelou que a experiência foi positiva embora acredite que ainda há um percurso a fazer no sentido da melhoria na oferta ao espetador. Confuso? É normal, é que este encontro de exibição teve uma série de particularidades.
Por uma boa causa
Uma das características deste The Match é que não teve público a assistir e para quem quis acompanhar o duelo entre os dois norte-americanos só conseguiu fazê-lo… se pagou. É isso mesmo. Basicamente, quem quisesse assistir a este encontro teria de o ver através da televisão, pelo sistema ‘pay-per-view’ – os telespetadores tinham de pagar 19.99 dólares. Foi, aliás, a primeira vez que se realizou um evento de golfe com este sistema e o dinheiro de quem assistiu ao jogo tinha como destino várias causas sociais. «Ainda não temos todos os números, mas com base nas primeiras indicações, o público total do jogo superou as expectativas em todas as nossas plataformas», revelou um dos responsáveis, que anunciou que foram registadas mais de 750.000 visualizações únicas na transmissão ao vivo. Um número que, explica, não inclui os espetadores que consumiram este conteúdo sem ser em direto.
Outro dado curioso deste torneio: os telespetadores puderam ouvir todas as conversas entre os jogadores e os respetivos caddies. Com microfones colocados nos dois golfistas, todas as estratégias e opções levadas a cabo pelos norte-americanos podiam ser acompanhadas em direto.
«Acho que muitas pessoas sintonizaram – bem, tentaram sintonizar – e depois lá acabaram por conseguir assistir.
Obviamente, há algumas coisas que podem ser melhoradas em termos de interação», comentou Woods.
O norte-americano está neste momento a competir no Hero World Challenge2018, último torneio desta época, que termina amanhã, e é conhecido por ser um dos mais exclusivos eventos de golfe, que reúne os melhores jogadores do mundo em Albany, nas Bahamas. Quanto à próxima temporada (2019), Woods já revelou que a prova californiana Genesis Open, onde irá competir em casa em meados de fevereiro, e os quatro majors são os únicos torneios que estão garantidos por enquanto na sua agenda.