A polícia italiana deteve 46 membros da máfia siciliana, entre os quais Settimo Mineo, de 80 anos, que acreditam ser o recém-eleito chefe da organização criminosa. “Quando se tenta ressuscitar a Cupola [liderança da máfia siciliana], significa que se está a pensar fazer algo realmente sério”, comentou o procurador de Palermo, Francesco Lo Voi, em conferência de imprensa. “Precisávamos de pará-los antes que fosse demasiado tarde”.
Não é a primeira vez que Mineo é detido pelas autoridades. Em 1984, Giovanni Falconi, que seria assassinado pela Cosa Nostra em 1992, conseguiu condená-lo a uma pena de prisão por crimes relacionados com as atividades da máfia. Ao sair da prisão, Mineo manteve-se na organização e continuou a gerir a sua loja de joalharia na Curso Tukory em Palermo. Ao ser eleito para a liderança da máfia, tornou-se no mais velho líder da organização criminosa.
A Cupola é a o grupo que congrega os líderes das máfias mais poderosas de Itália, como se de um G7 se tratasse, mas para as organizações criminosas. Recorde-se que a máfia entrou, na década de 1990, em guerra contra o Estado italiano, causando dezenas de vítimas mortais com assassinatos a soldo e atentados bombistas. Polícias e magistrados eram os principais alvos..
“A máfia nunca irá aceitar a derrota”, garantiu o antigo magistrado Giuseppe Di Lello, responsável pela acusação de vários mafiosos na década de 1990, entre os quais o antigo líder da Cosa Nostra e da Cupola Salvatore Riina. “Sempre que os líderes tentam levantar a cabeça, as autoridades bloqueiam-nos antes que fiquem de pé. A realidade é que depois da morte de Riina não havia líderes para o substituírem”.
Mineo, o sucessor escolhido pelo próprio Riina, estava a tentar reconstruir a liderança da organização criminosa.