O ativista e jornalista angolano Rafael Marques denunciou hoje ter sido impedido de participar num encontro entre o presidente angolando, João Lourenço, e elementos da sociedade civil no Palácio Presidencial da Cidade Alta. Marques tinha sido convidado, mas viu-se subitamente impedido de entrar pelos serviços da presidência. "A segurança não permitiu a minha entrada, por eu não constar da lista final de convidados. Os serviços de apoio do PR até podem ter uma melhor explicação. Vi à porta altos funcionários da Presidência e da assessoria de imprensa", escreveu Rafael Marques no site Maka Angola.
"Foram todos passando pelo detector de metais e devidos procedimentos de segurança. Fui o último. O chamador referiu que já só tinha na lista o nome do Job Capapinha, um dirigente do MPLA nas vestes de sociedade civil, e leu mais uma ou duas organizações também ligadas ao partido no poder. Disse que o meu nome não constava da lista e que eu não podia entrar. O outro confirmou", escreveu Rafael Marques no Maka Angola.
O jornalista garantiu ainda acreditar "na boa vontade do presidente", razão pela qual acedeu ao convite para participar no encontro. Além de ter sido impedido de entrar, Rafael Marques ficou espantado quando ouviu a "difusão de um comunicado de imprensa da PR [Presidência da República]" no qual é "referido como representante da Open Society", organização com a qual diz não ter "qualquer vínculo há 15 anos".
No texto em que denuncia o incidente, Rafael Marques classifica ainda o ministro da Comunicação Social, João Melo, como "fascista de espírito" por ter classificado os ativistas que se iriam reunir com o chefe de Estado angolano de "ativistas antigovernamentais".
Em resposta ao incidente, o chefe de gabinete do presidente angolano, Edeltrudes Costa, afirmou que o chefe de Estado "lamenta o incidente". O jornalista angolano já revelou que tem uma audiência privada com o presidente amanhã de manhã.