A Direção Geral da Saúde fez esta terça-feira um novo balanço dos surtos de sarampo detetados em novembro na região de Lisboa. A DGS diz que há um total de 29 casos confirmados laboratorialmente, onde se contabilizam cinco crianças.
Estão em causa dois surtos distintos, confirma o comunicado da DGS. O maior tem como epicentro Cascais e terá tido origem num caso importado da Ucrânia. Já o segundo surto foi detetado no concelho vizinho de Oeiras mas tal terá sido mera coincidência, uma vez que a equipa de epidemiologia da Direção Geral da Saúde aponta como possível origem um caso importado da República Checa.
Ainda desde 8 de novembro a DGS informa que foram confirmados outros três casos isolados de sarampo, que estão a ser investigados.
A Organização Mundial de Saúde chegou a declarar o sarampo erradicado de Portugal em setembro de 2016, mas nos últimos anos a doença voltou a suscitar preocupação. Em 2017 o sarampo fez a primeira vítima mortal no país no espaço de três décadas, uma adolescente de 17 anos que contraiu a doença quando estava internada no hospital de Cascais, onde houve um surto com uma dimensão atípica para o que era o historial no país nos últimos anos.
No ano passado Portugal notificou 32 casos de sarampo. Os números este ano já ultrapassam largamente esse balanço. Só nos primeiros quatro meses do ano foram confirmados 112 casos de sarampo no surto que teve como epicentro o Hospital de Santo António, no Porto.
O vírus do sarampo é transmitido por contacto direto com as gotículas infeciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra. Os doentes são considerados contagiosos desde 4 dias antes até 4 dias depois do aparecimento da erupção cutânea.
Os sintomas de sarampo aparecem geralmente entre 10 a 12 dias depois da pessoa ser infetada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea (progride da cabeça para o tronco e para as extremidades inferiores), tosse, conjuntivite e corrimento nasal.