Muitas das dúvidas sobre o acidente com o helicóptero do INEM que causou a morte de quatro pessoas no passado sábado, continuam por esclarecer. O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) classificou este acidente como “de impacto sem probabilidade de sobrevivência”, devido à queda que excedeu “largamente as tolerâncias humanas”. Segundo a nota publicada ontem pelo GPIAAF, o impacto do embate e, posteriormente, da queda da aeronave não deixaram margem para a possibilidade de haver sobreviventes.
O Gabinete abriu já um processo de investigação para apurar as causas do acidente à Convenção sobre Aviação Civil Internacional, mas com o relatório já disponibilizado é possível perceber a sequência dos acontecimentos. O documento refere que o piloto seguiu os procedimentos normais, tendo contactado o mecânico localizado na base de Macedo de Cavaleiros, “declarando intenção de iniciar o voo dentro de alguns minutos, depois das condições meteorológicas melhorarem” e ainda que “caso as condições meteorológicas em Baltar não permitissem a aterragem, regressaria à cidade do Porto”. O piloto seguiu então a rota entre Massarelos e Baltar, mas em Valongo, na Serra de Santa Justa, acaba por colidir com uma torre de transmissão de rádio.
Em relação à antena, é indicado que a infraestutura “estava licenciada e foi dotada de equipamento de balizagem luminosa no seu topo”, mas “não é claro se esta balizagem estava operacional no momento do acidente”. Fica a dúvida se, de facto, os avisos visuais obrigatórios aos obstáculos à navegação aérea, estariam em condições.
O documento refere ainda que "a violência do impacto associada à posição invertida da aeronave no momento de choque com o solo, não deixaram espaço útil de sobrevivência para os ocupantes". O impacto da colisão com a antena levou "a uma distribuição de destroços por uma área superior a 24.600m2".