O presidente russo, Vladimir Putin, acusou os EUA de aumentar o risco de uma guerra nuclear, e afirmou que "o perigo da situação está a ser substimado." O anúncio surgiu numa conferência de imprensa esta quinta-feira, após o presidente americano Donald Trump ter ameaçado em Outubro sair do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF), citando alegadas violações russas.
Este tratado foi assinado nos finais da guerra fria, entre o presidente americano Ronald Reagan e o líder soviético Mikhail Gorbachev, e proibe tanto Washington como Moscovo de estacionarem mísseis de curto e médio alcance na Europa. Este tratado retirou toda uma classe de armamento do arsenal russo e americano. Segundo Gorbachev, a possível saída "não é o trabalho de uma mente brilhante".
Putin diz que a saída dos EUA do tratado poderia provocar uma corrida ao armamento nuclear e uma guerra atómica. "Hoje parece impossível, algo sem importância crucial, mas ao mesmo tempo se algo assim acontecesse levaria ao colapso de toda a civilização e talvez do nosso planeta. Por isso é uma questão importante" considerou o presidente russo. "Infelizmente, temos a tendência de substimar a situação atual. Há perigos, há riscos nas nossas vidas quotidianas. Quais são esses riscos? Antes de mais, o colapso do sistema internacional de controlo de armas, que impede uma corrida ao armamento."
O conselheiro de segurança nacional John Bolton, porta voz da admnistração americana, justificou que "a posição americana é que a Rússia está em violação [do tratado]. A posição russa é que não estão em violação. Por isso temos de nos perguntar, 'Como é que convences os russos a voltarem a cumprir as suas obrigações se eles não reconhecem que as estão a quebrar?'"
Na conferência, Putin afirmou que as consequências da saída dos EUA do histórico tratado seriam imprevisíveis. "Eles agora estão a dar outro passo e a sair do INF, o que é que pode resultar daí? É díficil de imaginar o que vem a seguir" avisou o chefe de Estado russo.