Foi aberto um inquérito pela Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) à alegada utilização indevida de um dos helicópteros do INEM por parte da médica Raquel Ramos, diretora do departamento de Emergência Médica do instituto.
De acordo com a notícia avançada pelo Correio da Manhã, em causa estão factos ocorridos em abril e dezembro de 2017, relacionados com a falta de disponibilidade das equipas médicas para assegurar turnos.
A 13 de abril de 2015, o helicóptero estava estacionado em Salemas, Loures. Raquel Ramos era a médica escalada, mas como não estava junto da equipa que estava de turno quando o transporte foi acionado para ir buscar um doente a Évora, foi feito um desvio pela aeronave para ir buscar a médica, na Academia Militar, em Lisboa, e só depois seguiram para Évora.
O mesmo jornal escreve ainda que uma situação parecida terá acontecido a 14 de abril. A mesma médica estava escalada nesse dia. Após um serviço, nas Caldas da Rainha, o helicóptero foi acionado e dirigiu-se à Academia Militar, uma vez que a equipa médica achava que era onde estaria a médica Raquel Ramos, já que esta não estava na base apesar de estar ao serviço. Contudo, ocorreu um erro. O helicóptero foi obrigado a voltar a Salemas, porque afinal a médica estava em Loures, e só depois partiu para as Caldas da Rainha.
O terceiro episódio terá ocorrido em dezembro do ano passado. A partir do mês de maio, segundo o CM, o helicóptero deixou de estar em Salemas e passou, em definitivo, a estar estacionado em Évora.
Nos dias 24 e 25 de dezembro, deslocou-se para Lisboa porque, devido à falta de médicos para assegurar os turnos, os médicos que iam fazer o trabalho estavam na capital e não se deslocaram à base de Évora para assegurar os turnos. Um dos médicos era novamente Raquel Ramos.
Segundo o mesmo jornal, a IGAS quer perceber porque razão nos dois primeiros episódios Raquel Ramos não estava junto à equipa médica, como é norma, e se as razões justificam os custos da deslocação do helicóptero e a demora a chegar aos doentes.
No terceiro episódio, o objetivo é perceber o motivo para o helicóptero se ter deslocado até à equipa médica, em vez destes se deslocarem para a base onde estava o aparelho.
Fonte do INEM, citada pelo CM, disse que apesar de considerar que este casos “foram absolutamente transparentes e que vieram permitir salvaguardar o superior interesse público" o próprio instituto solicitou a intervenção da IGAS.