Um sismo de 4,8 de magnitude na escala de Richter atingiu a Sicília, onde se localiza o monte Etna, o mais alto e ativo vulcão da Europa. É apelidado de “bom gigante” pelos locais, mas a sua última demonstração de força causou pânico na região.
O sismo foi registado pelo Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia de Itália (INGV) às 3h19 minutos do dia 26 (2h16 em Lisboa). Segundo as autoridades, ficaram feridas 28 pessoas com a queda de escombros. Nenhuma com ferimentos considerados de gravidade. Várias igrejas históricas e edifícios ficaram danificados e até a estátua de Santo Emídio, protetor dos terramotos, não resistiu ao abalo.
Parte da população fugiu das suas casas e dormiu nos carros por receio de réplicas. Salvo Cacciola, presidente do Observatório do Mediterrâneo declarou ao “Corriere della Sera”: “A minha cama dançou e estremeceu. Nunca senti um choque tão grande. Estamos acostumados a viver com erupções e terramotos, mas não se pode ficar dentro de casa com crianças assustadas”.
A situação está a ser controlada pelo Centro de Coordenação de Emergência, ativado pelo presidente da Câmara de Catânia, Claudio Sammartino.
O epicentro do sismo foi no norte da província siciliana de Catânia, perto das encostas do Etna, e surge dois dias depois do vulcão ter entrado em erupção.
A erupção começou na manhã do dia 24 e lançou colunas de fumo e cinzas para o ar, até altitudes de mais de três mil metros, obrigando à fuga de quem se encontrava na encosta, forçando ao encerramento temporário do aeroporto de Catânia, na costa leste da Sicília. O aeroporto voltou a funcionar normalmente no próprio dia, às 20h, no fuso horário local.
Foi também expelida lava nas encostas do monte, pela primeira vez em mais de uma década segundo vulcanólogos locais. Foi registada uma atividade sísmica fora do comum, tendo já ocorrido centenas de pequenos sismos, sendo o de dia 26 o de maior magnitude até agora.
Segundo Eugenio Privitera, diretor do INGV na Catânia, “não podemos excluir a possibilidade novas aberturas vulcânicas a altitudes mais baixas”. Recordou “aquele outubro de 1984 que provocou um morto nas encostas do Etna” e garantiu que estão a ser reforçados “os detetores sísmicos e os sistemas de análise de GPS de deformações do solo na área.” O diretor do INGV acrescentou ainda que “A forte sismicidade não nos permite mantermo-nos calmos”.
Segundo o subsecretário da Presidência do Conselho, Vito Crimi: “O Etna permanece um vulcão perigoso e o nosso país mantém-se muito vulnerável”.