A braços com a falta de voluntários, sete anos depois de acabar com o serviço militar obrigatório, o exército alemão está a pensar em recrutar em todo o espaço da União Europeia, incluindo, claro, Portugal. Para já é "uma opção em aberto", mas é uma opção que está a ser considerada ao mais alto nível.
As forças armadas alemãs vão ter que "olhar em todas as direções neste tempo de falta de pessoal qualificado", afirmou o chefe do Estado Maior General das Forças Armadas da Alemanha, general Eberhard Zorn.
"Claro que as forças armadas precisam de pessoal" e o exército tem de "se esforçar para conseguir uma nova geração adequada", disse o general numa entrevista ao grupo Funke, o terceiro maior grupo de média alemão.
No entanto, Zorn o oficial esclareceu que a possibilidade de recrutamento de não alemães é "uma opção" em cima da mesa, mas apenas para áreas especializadas, nomeadamente médicos e de Tecnologias de Informação.
Depois de anos de subfinanciamento, a Alemanha quer agora aumentar as suas forças armadas em 21 mil pessoas até 2025, chegando a 203 mil no total.
Na quinta-feira passada, segundo a BBC, a ministra da Defesa, Ursula von der Leyen, referiu que atualmente as forças armadas alemãs têm 182 mil homens, um aumento de 6500 pessoas em dois anos.
O governo alemão já consultou os outros Estados-membros para avaliar da abertura às suas intenções, tendo a maioria reagido com cautela, sobretudo na Europa de leste.
A Alemanha já integra nas suas forças armadas unidades militares de outros países nas suas forças armadas, as Bundeswehr. Começou com a Holanda, continuará com a República Checa e a Roménia, e já inclui cooperação estreita com a Polónia.