O novo ano ainda agora começou e o Governo já anunciou diversos investimentos na mobilidade urbana. Além do acordo com a ANA para o novo aeroporto, foram também tornados públicos o concurso para o prolongamento da linha Verde e Amarela do metropolitano de Lisboa e a compra de 22 novos comboios para a CP.
Durante o lançamento do concurso para as obras no metropolitano de Lisboa, António Costa, primeiro-ministro, deixou claro que o investimento na mobilidade é crucial para «o desenvolvimento da coesão territorial» e é «importante para o rendimento disponível das famílias».
No que diz respeito ao metropolitano de Lisboa, o investimento para a criação da linha circular entre o Cais do Sodré e o Rato com as novas estações de Santos e da Estrela será de cerca de 210 milhões de euros, 83 milhões de euros serão comparticipados pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos; outra parte é garantida pelo Fundo Ambiental e uma outra será assegurada com recursos do próprio metropolitano, através da polémica alienação de um terreno em Sete Rios . O concurso foi lançado na passada quinta-feira, 10 de janeiro, e tem um prazo de trinta dias.
Está previsto que obras comecem em outubro e que se estendam ao longo de quatro anos. «A declaração de impacto ambiental já está aprovada e por isso confiamos que no final de 2022, início de 2023, esta obra vai estar ao serviço de todos os lisboetas e de todos os que procuram Lisboa», explicou o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes.
A importância deste projeto foi deixada clara por António Costa que, numa retrospetiva do que aconteceu em 2018, afirmou que o metro estava a funcionar melhor, uma vez que «foram transportados mais de 168 milhões de passageiros, o que representa um aumento de 4,3 por cento em relação ao ano anterior». Quando as obras estiverem prontas o desejo do primeiro-ministro é de «conseguir ter comboios a passar com intervalos inferiores a quatro minutos entre eles». Estamos a falar de mais 8,9 milhões passageiros por ano em consequência desta nova empreitada, desta construção e conclusão da linha circular», disse.
Novidades há também no campo ferroviário. Há 20 anos que o Estado não comprava comboios, mas esta semana Pedro Marques, ministro do Planeamento e das Infraestruturas, afirmou que o Estado quer «recuperar de um atraso de décadas que deixou a rede ferroviária a definhar e onde o verbo encerrar era o que se conjugava mais vezes». No prazo de quatro ano, serão 22 os novos comboios para a CP – Comboios de Portugal, «12 deles são as unidades bimotor que tanto podem andar nas linhas diesel como podem andar em linhas eletrificadas e mais 10 unidades elétricas»
Na cerimónia de lançamento dos novos comboios, o ministro do planeamento e das infraestruturas explicou o porquê de um prazo tão alargado: «A contratação pública demora até um ano, sim, os projetos técnicos e construção desses comboios demoram até dois anos e, depois, precisamos de um ano para testes e entrada em produção desse material».
O investimento nos novos comboios será de 168, 21 milhões de euros, mais de 109 milhões serão assegurados por fundos europeus, FEDER e do Fundo de Coesão e 58,8 milhões de euros irá ser pago através de verbas nacionais, como o Fundo Ambiental. No entanto, o a CP poderá ter de recorrer a um empréstimo da Direção-Geral do Tesouro e Finanças uma vez que estas verbas nem sempre estão disponíveis aquando do pagamento aos fornecedores.