Pedro Marques não entusiasma

Ministro do Planeamento é o nome mais falado para liderar lista do PS às europeias, mas a escolha não agrada a muitos socialistas.

O ministro do Planeamento, Pedro Marques, é o nome melhor colocado, nesta fase, para encabeçar a lista do PS às Europeias de 26 de maio. Mas, segundo apurou o SOL  junto de várias fontes socialistas, a possível escolha do governante não está a «galvanizar» alguns socialistas.  Pedro Marques não tem anti-corpos no aparelho do partido. Contudo, a solução, a confirmar-se, está a ser encarada por alguns setores do partido como uma escolha interna, sem efeito surpresa. Que obrigará a uma remodelação cirúrgica a escassos meses das legislativas. Há quem admita que o nome escolhido poderia ser o de alguém indepedente ou fora do Executivo socialista.

O nome de Pedro Marques foi avançado pelo Público  na semana passada,  mas ainda existem muitas incertezas quanto à composição final da lista. Francisco Assis, por exemplo, foi o cabeça de lista há cinco anos, e é dado como excluído da equipa, face ao distanciamento político que manteve e às críticas que fez sobre os acordos de esquerda. Ora, também aqui algumas fontes socialistas realçaram ao SOL  que a saída de Assis não é um dado completamente fechado. Porém, a norte, tem sido visível a pressão para incluir Manuel Pizarro, presidente da federação do PS/Porto nas listas. E, se o dirigente for escolhido, não haverá margem para manter outra figura do Porto, neste caso Assis, na equipa. 

Outro dos problemas a resolver é o de garantir a paridade das listas. António Costa comprometeu-se com o príncipio e estará condicionado também pelas opções do PS/Madeira e do PS/Açores, que indicam sempre um nome. 

Se Pedro Marques for confirmado como cabeça de lista, Costa terá de fazer uma remodelação cirúrgica, o que se pode traduzir numa distribuição de pastas, na promoção de um secretário de Estado ou no recrutamento de mais um governante no Parlamento. Há ainda quem garanta que a opção poderá ser por um elemento externo, mas, como referiu uma fonte socialista ao SOL «os nomes só estão na cabeça do primeiro-ministro».

A lista final será divulgada apenas no próximo dia 16 de fevereiro, sendo certo que a secretária-geral-adjunta, Ana Catarina Mendes, também já se colocou de fora, tal como a eurodeputada Ana Gomes, que abandona o cargo de deputada no final do mandato. A própria já tinha avisado o também secretário-geral do PS, António Costa, de que não tencionava continuar, depois de três mandatos consecutivos.

À esquerda, esta semana, a CDU apresentou formalmente a lista de candidatos. E João Ferreira será novamente o número um. No discurso de apresentação, o comunista criticou fortemente a União Europeia e as suas instituições, que tornaram «as políticas da troika em doutrina».

O BE também optou pela recondução de Marisa Matias como cabeça de lista – o anúncio foi feito por Catarina Martins, durante o discurso de abertura da XI Convenção Nacional, que se realizou nos dias 10 e 11 de novembro. 

À direita, o CDS foi o primeiro a arrancar na corrida ao Parlamento Europeu, ao anunciar, em março, no congresso do partido, que Nuno Melo será o cabeça de lista. O eurodeputado já está em campanha há meses. 

Também já é conhecida a escolha da Aliança: Paulo Sande, assessor do presidente Marcelo Rebelo de Sousa para os Assuntos Europeus, será o candidato do novo partido de Santana Lopes. Sande já participou no primeiro almoço nacional de militantes e simpatizantes do partido, que aconteceu a 11 de janeiro, em Leiria.

Mais dúvidas tem ainda o PSD. Os sociais-democratas ainda não anunciaram a lista de candidatos às europeias marcadas para 26 de maio, mas Paulo Rangel é apontado como quase certo recandidato.