O apresentador de televisão egípcio Mohamed al-Ghiety foi condenado a um ano de prisão, com trabalhos forçados, por entrevistar um homem gay no seu canal privado, o LTC TV. Foi condenado também a pagar uma multa de 3 mil libras egípcias (146 euros) por "promover a homossexualidade". O homem entrevistado, cuja identidade foi mantida anónima, falou sobre a sua vida enquanto trabalhador sexual.
Durante a entrevista conduzida por al-Ghiety, que já tinha expressado opiniões homofóbicas, o entrevistado lamentou a sua orientação sexual, e descreveu a sua vida como prostituto. Mesmo assim, a entrevista foi vista como revelação de que haveria ganhos financeiros em "praticar a homossexualidade", segundo o advogado de acusação Samir Sabry. Sabry é conhecido por levar celebridades a tribunal, por supostos crimes contra a decência, como já tinha feito anteriormente contra a actriz egípcia Rania Youssef, devido a um vestido que a actriz utilizou.
A homossexualidade não é explícitamente criminalizada no Egipto, mas pessoas suspeitas de serem gays são rotineiramente presas sob acusação de imoralidade ou blafémia. A comissão egípcia reguladora dos media proibiu a presença de pessoas homossexuais nos meios de comunicação. A decsião surgiu após duas pessoas terem levantado bandeiras LGBT num concerto no Egipto, em 2017, numa rara demonstração de apoio à comunidade, que sofre crescente repressão no país.