A intervenção da PSP, este domingo, no bairro da Jamaica no Seixal, que resultou em vários feridos e levou à detenção de uma pessoa, vai ser alvo de uma queixa feita ao Ministério Público pela associação SOS Racismo.
A associação afirmou, através de um comunicado que ver o caso esclarecido e as responsabilidades apuradas, sendo que considera as agressões como "absolutamente injustificáveis e inaceitáveis".
"O SOS Racismo, tendo-se deslocado ao bairro e ouvido os testemunhos das próprias vítimas e dos cidadãos que presenciaram a intervenção da polícia, só pode condenar veementemente a atuação da PSP e exigir naturalmente o apuramento das responsabilidades", lê-se no comunicado da associação.
Para a SOS Racismo "independentemente das circunstâncias e dos contornos em que aconteceu o caso, não se poderão repetir os habituais procedimentos que consistem, de forma expedita, em procurar ilibar os agentes e incriminar as vítimas, com recurso à figura do julgamento sumário".
Recorde-se que este domingo de manhã, a polícia, uma equipa de intervenção rápida da PSP de Setúbal, dirigiu-se aquele bairro de Setúbal após um alerta para “uma desordem entre duas mulheres”.
Quando os agentes lá chegaram, segundo a PSP, um grupo de homens começou a atirar pedras, tendo começado os confrontos entre civis e polícias. No incidente ficaram feridos, sem gravidade, cinco civis e um agente da PSP que foram assistidos no Hospital Garcia de Orta, em Almada.
Pouco depois da intervenção, foi divulgado nas redes sociais, um vídeo amador, no qual é possível ver-se moradores do bairro a serem agredidos por polícias.
Na sequência da divulgação do vídeo e de relatos de uso excessivo de força por parte dos agentes, a Direção Nacional da PSP informou que abriu um inquérito para "averiguação interna" sobre a "intervenção policial, e todas as circunstâncias que a rodearam".
A nota da PSP dava conta de que "a intervenção policial e todas as circunstâncias que a rodearam irão ser alvo de uma averiguação interna, tendo o Diretor Nacional da PSP determinado, na presente data, a instauração de um processo de inquérito que correrá os seus trâmites na Inspeção Nacional da Polícia de Segurança Pública, sem prejuízo de outras averiguações que venham a ser instauradas por outras entidades competentes".