Sérgio Conceição está bem consciente das dificuldades que esperam o FC Porto na partida desta terça-feira com o Benfica, para as meias-finais da Taça da Liga. O treinador dos dragões salienta as mudanças notórias nos encarnados desde que Bruno Lage substituiu Rui Vitória no comando técnico, mas deixa um aviso: os azuis-e-brancos vão encarar o jogo com a máxima ambição.
"Espero um jogo difícil, dentro daquilo que são os clássicos em Portugal. Preparámo-nos, não com o tempo que eu gostava, mas da melhor forma para conseguir ir à final. É um título que nós queremos. Queremos ganhar o segundo título esta época [depois da Supertaça]. Estamos preparados para a batalha", começou por dizer Conceição, completando depois a ideia: "O momento do Benfica é melhor do que há um mês. As mudanças são bem visíveis, na estrutura da equipa, naquilo que é o ambiente da equipa, há a motivação normal do grupo de trabalho. Não pela qualidade do treinador – não estou a dizer que o Rui Vitória tem menos ou mais qualidade do que o Bruno Lage. Não entro por aí, nem quero. Mas só a mudança faz com que os jogadores queiram demonstrar e ter uma vida nova. Isso faz com que a confiança passe para níveis superiores e dê algum alento à equipa. Estamos atentos a isso e à forma como o Benfica joga, um bocadinho diferente de há uns tempos."
Na época passada, o FC Porto caiu nesta fase no desempate por grandes penalidades, então diante do Sporting – tal como na Taça de Portugal. Sérgio Conceição, porém, nem quer ouvir em semelhante cenário. "Mau era se eu trabalhasse a equipa a prepará-la por causa dos penáltis ou a pensar em perder. Estivemos a trabalhar um bocadinho essas situações de bola parada, podem acontecer, por isso cheguei atrasado [à conferência de imprensa]. No ano passado foram dois jogos diferentes, onde esteve a coincidência de sermos eliminados nos penáltis. Penso que não o merecíamos, mas o futebol é o resultado e foi o Sporting a ganhar na Taça da Liga e a perder a Taça de Portugal contra o Aves. Nas provas internas, o FC Porto é candidato a ganhar os títulos e este ano não foge à regra. Se passarmos, vamos ver quem apanharemos na final. Mas um jogo de cada vez. O jogo do ano passado não esteve sequer em nenhuma das minhas palestras", referiu o treinador portista.
Abordando novamente a temática da fadiga no plantel, fruto do calendário apertado – este será já o sexto jogo do FC Porto em 2019 -, Sérgio Conceição considerou que os jogadores "não são protegidos". Já no que respeita ao facto de a tecnologia da linha de golo e o sistema de videoárbitro estarem presentes nesta final four, ao contrário do que acontecia nas fases anteriores, o treinador dos dragões mostrou-se satisfeito. "Toda a gente está de acordo que é uma ferramenta importante para a verdade desportiva. A verdade é esta. Acho que temos de dar os parabéns à Federação, por sermos um dos países pioneiros nesta situação do VAR. É sempre bom que haja todas essas ferramentas para que a verdade esteja sempre presente", indicou.
A conferência de imprensa de antevisão à partida com o Benfica serviu ainda para Sérgio Conceição comentar a contratação de Wilson Manafá, que esta segunda-feira foi oficializado como reforço azul-e-branco. O antigo internacional português salientou a "polivalência" do jogador de 24 anos, que pode jogar como lateral ou extremo pela direita e pela esquerda, mas também a "velocidade". "Vai ser uma boa solução em várias posições, o que também é uma característica importante: jogar mais à frente, como ala ou lateral. E tem uma característica importante no futebol moderno, a velocidade. Há coisas que ainda tem de aprender, entrar neste contexto que é o FC Porto, mas terá o seu tempo de adaptação. Estamos aqui para trabalhar situações que tem de melhorar. Mas é um elemento muito interessante", elogiou, revelando ter-se aconselhado com António Folha, seu antigo colega no FC Porto e na seleção nacional e hoje treinador do Portimonense, onde Manafá alinhava desde 2016: "Depois de o seguir algum tempo, de falar mais que uma vez com o treinador do Portimonense, de perceber aquilo que é o atleta não só nos 90 minutos, mas principalmente o que é fora do jogo – no treino, o comportamento dele e tudo o que envolve um jogador e que é extremamente importante -, achámos por bem contratá-lo."