Um relatório do Conselho de Controlo das Atividades Financeiras (Coaf) detetou movimentos suspeitos nas contas do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Foram 48 depósitos em dinheiro vivo na conta do senador, todos com o mesmo valor, 2 mil reais (468,3 euros), em junho de 2017. O Coaf diz não ser possível saber quem fez os depósitos. O facto de terem sido feitos de modo tão parcelado despertou a suspeita de tentativa de ocultação de dinheiro ilícito.
Segundo o Jornal Nacional, o pedido de investigação foi feito pelo ministério público, que está a investigar movimentações financeiras atípicas de assessores parlamentares. A suspeita é que os funcionários dos gabinetes devolviam parte dos salários aos deputados, a troco do emprego, numa fraude conhecida como "rachadinha".
Flávio Bolsonaro pediu ao Supremo Tribunal a suspensão temporária da investigação e o anulamento de provas, alegando que o Ministério Público do Rio de Janeiro não tinha competências para o julgar dada a sua imunidade enquanto senador. O pedido foi aceite pelo juiz Luiz Fux.
No entanto, Flávio Bolsonaro negou que tivesse feito o pedido, dizendo: "Não pedi imunidade ao Supremo Tribunal. O que fiz foi uma reclamação". Flávio garantiu que apenas queria saber qual era a autoridade competente para o julgar. Acrescentou ainda: "Não tenho nada a esconder de ninguém. Tem origem, Não tem origem ilícita". O senador garante que o dinheiro vem da venda de um imóvel, na zona sul do Rio de Janeiro. Hoje, o ex-jogador de vólei de praia Fábio Guerra afirmou que pagou cerca de 100 mil reais (23416 euros) em dinheiro pelo imóvel em questão.