O líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, colocou, na segunda-feira à noite, a possibilidade de que o Parlamento do Reino Unido vote a realização de um segundo referendo sobre a saída do país da União Europeia. O assunto é divisivo dentro do Labour. Corbyn sempre se mostrou cético face a essa possibilidade, enquanto boa parte dos seus deputados e dirigentes defendem esse cenário, incluindo o seu responsável pelo Brexit, Keir Starmer.
A tensão vem em crescendo, com os defensores do segundo referendo a pressionar Corbyn a avançar com essa proposta. No entanto, o líder da oposição continua a defender o derrube do governo conservador – apesar da moção de censura falhada à primeira-ministra britânica, Theresa May – e um plano alternativo para o Brexit. Esse plano prevê a manutenção do Reino Unido numa união alfandegária com a UE após a saída, cultivando uma relação forte com o mercado único. Os direitos dos cidadãos e os modelos comerciais seriam harmonizados com os de Bruxelas.
“A emenda que propomos vai permitir aos deputados votar opções para acabar com o impasse do Brexit e prevenir o caos de uma saída sem acordo”, disse Corbyn, ao mesmo que garantia “manter todas as opções em cima da mesa, incluindo a opção de um referendo”.
O que o líder trabalhista rejeita é o acordo negociado por May, que já foi chumbado no Parlamento britânico, e uma saída não negociada, possibilidade que considera “desastrosa”.
Para o deputado trabalhista David Lammy, defensor de um segundo referendo, a posição de Corbyn é “um grande passo em frente”. No entanto, acrescentou, a mesma deveria “ser escrutinada devidamente”, uma vez que o líder trabalhista pretende que seja a proposta principal do partido.