1.A ladainha repete-se: o jornalismo português está rendido ao terrorismo radical islâmico. Já não é uma suspeita; é uma certeza. Já não é uma opinião; é um facto.
Basta efectuar uma pesquisa rápida pelas notícias para perceber o preconceito pornográfico que a maioria da imprensa portuguesa alimenta contra Israel (confundindo-se muitas vezes com um tom anti-semita, que os próprios não fazem questão de disfarçar) – e a pena, a comiseração que sempre nutre por grupos conhecidos pelos seus actos terroristas. Não se importam de apoiar Estados financiadores do terrorismo que mata na Faixa de Gaza, que já matou nos EUA, que já matou aqui entre nós, em território europeu.
E continuará a matar se nada for feito pelos decisores políticos – importa, pois, que estes nunca se esqueçam de quem verdadeiramente servem: os povos que os elegeram (aqui fica o wishful thinking…).
2.Não admira que assim seja em Portugal: a maioria esmagadora dos jornalistas de política internacional não esconde que são militantes ou simpatizantes do Bloco de Esquerda ou do PCP, encarando o mundo ainda sob a perspectiva do materialismo diláectico, dos “amigos vermelhos” contra os “inimigos capitalistas”.
Estamos em 2019 – contudo, os jornalistas portugueses (fiéis aos seus preconceitos irracionais soixant-huitard) ainda vêem o mundo de acordo com as premissas radicais de esquerda em que foram doutrinados (ou que lhes convém…).
Daí que não surpreenda que, relativamente à tensão que se vive no Médio Oriente, os títulos das notícias apresentam invariavelmente um tom já condenatório de Israel: “ Israel ataca alvos militares na Síria”; “Israel volta a provocar tensões com o Líbano”; “Israel confirma ataque a bases iranianas na Síria”; “Israel pode provocar 3.ª Guerra Mundial” (este último é certamente made in Esquerda. Net).
3.E é isto: a maioria da comunicação social portuguesa foi tomada de assalto por uma esquerda radical, perigosa, que despreza o pluralismo democrático, que ignora a verdade, que manipula o sentido e conteúdo das regras deontológicas a que está vinculada – tudo para honrar a propaganda aos partidos políticos a que pertencem a maioria dos jornalistas.
E deixem-se de tretas: não nos venham com a história que os jornalistas não têm partido, que não há nenhum jornalista que seja militante de partidos políticos. Formalmente, não o são; todavia, o contacto permanente, as trocas de informações constantes entre políticos do PS, do BE e do PCP e jornalistas é verdadeiramente confrangedor.
Caríssimas leitoras e caríssimos leitores: não é um mito urbano; é a mais pura das verdades: o jornalismo português foi sequestrado pela esquerda radical.
Por aquela esquerda radical que passeia nas rua defendendo a Palestina, sem saber sequer localizá-la no mapa, muito menos conhecendo a razão da sua própria manifestação.
Os títulos das notícias atrás citados evidenciam que a narrativa é sempre a mesma: criar o efeito nas leitoras e nos leitores que Israel é o mau da fita, o vilão, o Estado que nasceu apenas para criar guerras, conflitos e desestabilizar a ordem internacional; enquanto que a Palestina, o Irão, a Síria são genuínos paraísos na Terra, países onde a prosperidade reina e a paz, a concórdia e o amor são por demais evidentes em qualquer canto que se visite.
É simplesmente vergonhoso o grau de insídia, de mentira e de falsificação por razões ideológicas a que a maioria dos jornalistas portugueses se presta.
Onde fica o rigor?
Por onde anda a honestidade, a imparcialidade e a verdade que deveriam nortear a actividade jornalística?
Os jornalistas, que se julgam comissários do PCP e do BE (com os novos amigos do PS geringonçado e sem valores de António Costa), são a maior ameaça ao…próprio jornalismo.
E à democracia, pois o jornalismo actual é livre do Estado – mas é dependente dos partidos políticos extremistas de esquerda e dos interesses especiais que a eles se uniram.
4.Dito isto, vejamos, em perspectiva inversa, o que reporta a nossa comunicação social sobre Israel.
Já aqui a conclusão mais saliente – para quem analisa os dados com rigor e honestidade – é a completa omissão dos jornalistas portugueses.
Israel ou é retratado como vilão – ou é ignorado.
Por exemplo, em Novembro de 2018, a maioria dos jornais portugueses deu conta de que sete palestinianos haviam sido mortos na sequência de raide levado a cabo pelo IDF (Isreali Defense Force, o exército israelita): esqueceram-se, porém, de mencionar que tais vítimas eram dirigente de topo da organização terrorista cruel chamada Hamas.
Fala-se muito dos raides do IDF – porém, ninguém contextualiza tais operações militares. É que os terroristas do Hamas continuam, em termos cada vez mais consistentes e perigosos, a construir túneis subterrâneos para atacar Israel (surpreendendo as forças de segurança israelitas).
Mais: o Hezbollah (outra organização terrorista, barriga de aluguer do terrorismo radical do regime iraniano dos Ayatollahs) segue a mesma estratégia, porventura, com ainda mais sofreguidão e intuito assassino.
Em Dezembro, o IDF lançou uma operação para neutralizar tais túneis, verificando o princípio da proporcionalidade (e proporcionalidade não significa suavidade: significa, isso sim, adequação face ao inimigo terrorista que se combate e que se pretende derrotar clamorosamente) e observando o Direito Internacional – dando, aliás, cumprimento às Resoluções das Nações Unidas n.ºs 1701 e 1559.
Pois bem, a mesma comunidade internacional que, utilizando os mecanismos jurídico-políticos próprios do multilateralismo, condenou o Hezbollah na teoria – na prática, na retórica política quotidiana, resolveu atacar Israel por…executar actos jurídicos da sua autoria! Então, aprova e depois condena Israel por executar as deliberações? Isto é para levar a sério?
Haverá maior hipocrisia que esta? É o cúmulo da cobardia!
5.Mais: o Hezbollah é reconhecido pela União Europeia como uma organização terrorista.
Então, os líderes políticos europeus – com honrosas excepções – vão colocar-se ao lado daqueles que eles próprios consideram ser terroristas?
Daqui só decorre que os políticos europeus são “terrorism friendly” !
E a comunicação social?
Ora, a comunicação social portuguesa do sistema socialista moralmente corrupto, mais uma vez, informou que Israel encetou uma operação militar, escondendo, no entanto, o contexto em que a mesma ocorreu!
Escondendo que se tratava de resposta a uma estratégia meticulosamente planeada (e que continua, com o silêncio conivente da comunidade internacional!) dos terroristas do Hezbollah!
A comunicação social portuguesa também não lhe contou que o soldade do IDF, Aviv Levi, jovem de vinte e um anos, foi brutalmente assassinado por palestinianos na Faixa de Gaza.
Que Deus o guarde e que descanse, na eternidade, em paz – a paz pela qual lutou na vida terrena e cujo exemplo não deixaremos que seja esquecido. Muito menos permitiremos que o seu esforço tenha sido em vão.
Ou que um jovem e uma jovem foram brutalmente atacados apenas por conduzirem um carro do IDF à entrada de cidade palestiniana (fará em Fevereiro um ano).
E os casos poderiam multiplicar-se; a maioria das vítimas israelitas é desconhecida por nós porque a comunicação social simplesmente os despreza.
Enquanto que basta uma pesquisa no Google para ler grandes parangonas sobre as “vítimas palestinianas”, já para chegar às vítimas de Israel é preciso despender tempo a confrontar fontes, efectuar pesquisas institucionais, procurar livros e relatórios. É este tipo de parcialidade e desonestidade que importa denunciar e combater.
6.Ao mesmo tempo que a Europa mantém a sua incapacidade crónica de lidar com o problema migratório (que não podemos dissociar de práticas criminosas, quer de terroristas infiltrados, quer de traficantes de seres humanos que financiam o terrorismo), que o nível de alerta terrorista entre nós continua elevado – esta mesma Europa condena o seu aliado democrático e apoia, expressa ou implicitamente, os terroristas que tanto matam na Faixa de Gaza como matam em Paris, Barcelona, Munique ou Berlim.
Os interesses especiais, aliados aos partidos políticos esquerdistas e à comunicação social que lhes presta vassalagem, estão a tornar a Europa um espaço “terrorists friendly”.
Em próxima prosa, prosseguiremos a nossa análise sobre o preconceito anti-Israel e “terrorismo friendly” da nossa classe política do sistema socialista-comunista e dos média que a serve, focando-nos em específico no caso do Irão asfixiado pelo regime bárbaro dos Ayatollah – veremos, enfim, como a Europa trocou Valores (morais e éticos) por valores…monetários, pois claro.
Uma última nota, em tom positivo: apesar da desonestidade da elite política esquerdista e da sua propaganda, a verdade é que os laços entre os povos português e israelita são mais fortes do que nunca. Pense-se no voo directo entre Lisboa e Telavive que a TAP já anunciou e que começará a operar a partir de Abril.
Ou na empresa de Aveiro (só podia ser de Aveiro, sem desprimor para os restantes distritos de Portugal, de que muito gostamos; Aveiro, temos de deixar esta referência, é o melhor) – a OLI – que vai equipar estação de comboios de Telavive.
Ou na crescente interacção académica e cultural entre Portugal e Israel, cada vez mais visível. Ou seja: mesmo quando a elite inventa e deturpa, o povo não vai em cantigas. O povo escolhe bem os seus aliados.
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