“Este ato intolerável é apenas mais um sinal do que temos vindo a alertar há anos. O fascismo está de novo em ascensão, de forma organizada e ofensiva, mais do que nunca, a população precisa tomar consciência da realidade e urgimos aos partidos parlamentares a presença deste assunto nas suas agendas, começando a desenvolver uma estratégia para poder evitar o pior”, segundo refere o Núcleo Antifascista de Braga.
“Relembramos que há uns anos atrás, já tivemos vítimas mortais, assassinadas por estes grupos de extrema-direita que, não só continuam presentes em Portugal, como estão a ganhar expressão e os recentes ataques a outros ativistas, como Mamadou Ba, confirmam que a extrema-direita decidiu mudar de registo e passar do plano ideológico para o pragmático, que na sua linguagem significa ofensivo, preferindo agora usar dos meios habituais da esfera fascista para se promoverem e tentarem oprimir a resistência”, afirma ainda o Núcleo Antifascista de Braga.
“O nosso Núcleo e os restantes membros das nossas redes nunca usaram da violência em Portugal como forma de exporem os seus ideais, nem nunca tiveram intenção de o fazer. Sempre usamos debates, projeções, concertos e a intervenção cívica como meios de promover os nossos princípios, mostrando à população o quão perigosa é a ideologia que combatemos. Usamos a racionalidade e humanidade para combater a violência”, salienta.
“Com este ataque, a extrema direita mostra a sua verdadeira face, a violência e o ataque a quem com eles discorda. Ao contrário de nos intimidar, este ataque só nos torna mais resolutos na nossa determinação, nunca baixaremos os braços, sabemos o perigo que a extrema direita representa e continuaremos a combatê-los, não passarão! Ninguém larga a mão de ninguém!”.
Segundo aquela organização, na tarde desta sexta-feira, “um dos nossos porta-vozes foi vítima de uma tentativa de homicídio, durante a qual o tentaram atropelar duas vezes com um carro, e ainda o perseguiram a pé”, explicando que “ Jonathan Ferreira da Costa estava a sair do trabalho quando ouviu um carro atrás dele e tendo estranhando o veículo não o ultrapassar, virou-se para ver o que se passava, sendo este o momento em que o condutor acelera a fundo e tenta atropelá-lo uma primeira vez”.
Ainda segundo o Núcleo Antifascista de Braga, “Jonathan conseguiu desviar-se, e logo o condutor insere a marcha atrás numa nova tentativa de atropelamento, enquanto tentava fugir, a pé, olha para dois dos ocupantes do carro que tinham saído do veículo e estavam agora a correr atrás dele e um deles tinha um bombers com a identificação do grupo neonazi Hammerskin e foi este indivíduo que o nosso ativista pensa ter reconhecido”, diz.
“Foi então que Jonathan fugiu pelo mato para tentar despistar os atacantes e quando já se tinha afastado, voltou-se de novo e viu que os indivíduos tinham ido embora, viu o carro dar meia-volta e abandonar o local, sendo seguro voltar para casa, alertou as autoridades e o resto dos nossos membros”, refere num comunicado o Núcleo Antifascista de Braga.