IPC “confirma a estagnação de Portugal no combate à corrupção”

Em causa estão os dados da organização não-governamental Transparência Internacional que divulgou esta terça-feira o ranking de 2018 do Índice de Perceções de Corrupção (IPC)

A associação Transparência e Integridade considera que Portugal está estagnado no combate à corrupção. Em causa estão os dados da organização não-governamental Transparência Internacional que divulgou esta terça-feira o ranking de 2018 do Índice de Perceções de Corrupção (IPC).

Portugal obteve uma pontuação de 64 pontos em 100 possíveis e ocupa a 30.ª posição entre os 180 países e territórios avaliados. Assim, o país fica dois pontos abaixo da média da Europa Ocidental e UE, que é de 66 pontos, e 21 pontos acima da média global, 43 pontos. Embora tenha subido um ponto comparativamente a 2017, o país desceu um lugar no ranking.

Segundo João Paulo Batalha, presidente da Transparência e Integridade, o índice "confirma a estagnação de Portugal no combate à corrupção", acrescentando ainda que o país está "parado a meio da tabela europeia" desde 2012.

"A acumulação de escândalos de falta de ética na vida pública, a inoperância de uma Comissão para a Transparência no parlamento – que em três anos ainda não produziu resultados – ou as tentativas de controlo político sobre os Conselhos Superiores da Magistratura e do Ministério Público são a tradução prática de uma falta de vontade política que é evidente e reconhecida pelos observadores externos que compõem este índice", disse João Paulo Batalha num comunicado citado pela agência Lusa.

"O facto de o Governo se ocupar em disputas com a OCDE sobre o impacto da corrupção na economia, em vez de levar a cabo uma estratégia nacional de combate a este flagelo, mostra bem que a política vigente continua a ser a de tentar mascarar a realidade, em vez de enfrentá-la", acrescenta, considerando ainda que esta é uma política "consistente nos últimos anos” independentemente do Governo.

Para o presidente é essencial "que todos os candidatos às eleições europeias, regionais da Madeira e legislativas se comprometam com reformas claras e específicas de combate à corrupção".

"Portugal não será imune à degradação das democracias que se verifica a nível global se não agir para preservar as suas instituições. O debate é inadiável e não podemos desperdiçar mais oportunidades para o assumir de frente", rematou.

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