Duas mulheres denunciaram o ex-presidente da Costa Rica e prémio Nobel da Paz por abusos sexuais. Depois de uma ativista pelo desarmamento nuclear ter apresentado queixa em tribunal por agressão sexual, dois outros casos foram revelados publicamente: a jornalista costa-riquenha Nono Antillón denunciou o seu caso nas páginas do “La Nación”, da Costa Rica, enquanto Emma Daly, diretora de comunicação da Human Rights, fez o mesmo em declarações ao “Washington Post”.
De acordo com o “Semanário Universidad”, Óscar Arias é acusado de ter violado a ativista, não identificada, na sua casa, a 1 de dezembro de 2014, mas nega as acusações. “Nunca agi de forma a desrespeitar a vontade de nenhuma mulher”, disse o presidente da Costa Rica (entre 1986 e 1990 e entre 2006 e 2010) numa curta declaração. “Na minha vida pública promovi a igualdade de género, uma vez que a considero um meio indispensável para assegurar uma sociedade mais justa e equitativa para todas as pessoas”, acrescentou.
No entanto, estas duas novas denúncias colocam o Nobel da Paz de 1987 em maus lençóis. O caso de Antillón aconteceu em meados dos anos 1980, quando a jornalista, então com 25 anos, trabalhava na primeira campanha eleitoral de Arias. Na altura “não denunciei porque naquela época jamais teria conseguido fazer com que me ouvissem e a verdade é que parece que devia isto a mim mesma. Se me intimarem para testemunhar, não hesitarei”, afirmou a jornalista ao “El Guardian”.
Emma Daly também se mostrou disponível para prestar declarações no processo, dizendo que o seu caso aconteceu em 1990, quando era jornalista e cobria a América Central e Arias era presidente da Costa Rica.