Começou esta quinta-feira a fase de instrução do processo dos incêndios de Pedrógão Grande, no Tribunal de Leiria. O objetivo é analisar se existem provas suficientes para prosseguir para julgamento ou se, por outro lado, se opta pelo arquivamento. Para a primeira sessão, estava agendada a audição de sete arguidos. Esta sexta-feira, os trabalhos continuam.
Aos jornalistas, durante o dia desta quinta-feira, o advogado Castanheira Neves, representante de Fernando Lopes, autarca de Castanheira de Pera, afirmou que o seu cliente requereu abertura da instrução para provar que não “cometeu nenhum ilícito”. Para o advogado, “falta muita coisa” no processo e o autarca “está confiante de que desta instrução resulte a comprovação de que os indícios não têm consistência bastante para serem submetidos a julgamento”, disse ainda Castanheira Neves.
Também a defesa de José Geria e Casimiro Pedro, quadros da EDP Distribuição, falou aos jornalistas à entrada do Tribunal de Leira. “O mais importante é lamentar profundamente aquilo que aconteceu, a tragédia humana que este evento constituiu e isso é o mais importante, as pessoas compreendem isso e isso não está em causa. Mas, por outro lado, dizer que do nosso ponto de vista da defesa, os nossos constituintes não têm nenhuma responsabilidade nisso”, defendeu o advogado Rui Patrício.
Já lá dentro, os depoimentos de Mário Cerol, 2.º Comandante do Comando Distrital de Operações e Socorro (CDOS) de Leiria, e de Augusto Arnaut, Comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, deram conta da falta de meios existente no terreno.
O incêndio que começou em 17 de junho de 2017 e que se prolongou por vários dias matou 66 pessoas e provocou 253 feridos – entre os quais sete graves -, destruindo ainda 500 casas e 50 empresas.