Rui Pinto, o hacker do Benfica que está detido na Hungria, terá ficado com, pelo menos, 17 mil euros do dinheiro total que terá sido desviado de um banco situado nas Ilhas Caimão – conhecidas por serem um paraíso fiscal – escreve a revista Sábado que teve acesso ao processo aberto em 2013 e arquivado um ano depois pelo Departamente de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto.
De acordo com o processo, Rui Pinto terá ficado com cerca de 264 mil euros de duas contas do Caledonian Bank, tendo chegado a acordo com esta instituição bancária. Devolveu parte do dinheiro, mas terá acabado por ficar com mais de 17 mil euros.
Parte do dinheiro foi obtido pelo hacker português “através de acesso ilegítimo” ao sistema informático deste banco.
O restante terá sido transferido na totalidade para uma conta da sociedade de advogados de Aníbal Pinto, que representou Rui Pinto na queixa apresentada pelo Caledonian Bank após ter sido efetuada a segunda transferência, no dia 10 de outubro desse mesmo ano, escreve a Sábado.
Esta última transferência tinha um valor de 229.748 euros, segundo indica o processo aberto em outubro de 2013.
Estas transferências foram efetuadas depois de, alegadamente, Rui Pinto ter tido acesso ao servidor onde o banco sediado na ilha de Jersey, no Canal da Mancha, guardava as cópias de segurança dos emails de funcionários e administradores, bem como passwords que davam acesso ao portal da instituição.
Assim, o que consta nos documentos contraria a versão contada por Rui Pinto à Der Spiegel, uma vez que este garantiu que nunca recebeu “nenhum dinheiro desse banco”.
“É verdade que tive uma disputa com um banco das ilhas Caimão, mas no fim não fui acusado, não fui processado nem condenado. Nada”, disse em entrevista à revista alemã.