Já são conhecidos os cabeças de lista dos principais partidos às eleições europeias de 26 de maio. Enquanto PSD, BE, CDS e CDU mantêm os mesmos candidatos, os socialistas decidem trazer um nome novo: Pedro Marques, o atual ministro do Planeamento e das Infraestruturas.
Rui Rio anunciou, na quinta-feira, que Paulo Rangel será, pela terceira vez, o número um do PSD. O nome foi proposto pelo líder social-democrata à Comissão Política Nacional, que o aprovou por «unanimidade».
Em conferência de imprensa, na sede do PSD, em Lisboa, Rio apontou a Rangel o «gosto pelos assuntos europeus», o «elevado potencial cultural, intelectual e profissional», a «experiência política», o «conhecimento dos dossiês europeus» e o «peso político na União Europeia». E sublinhou que, por todas essas características, Paulo Rangel «não é dispensável» para o cargo e que «não faria sentido» substitui-lo.
Quanto ao resto da lista, o líder social-democrata garantiu que só será anunciada no fim do mês. E os nomes serão ainda apreciados em Conselho Nacional. Para já, sabe-se que Mota Amaral está na calha para ser o número dois. O antigo presidente da Assembleia da República foi indicado pela comissão política regional do PSD/Açores como candidato pela região às europeias. Agora, a decisão está nas mãos de Rui Rio. O líder do PSD já manifestou que tem «um grande respeito» por Mota Amaral, mas escusou comprometer-se com nomes da lista para as europeias.
Ainda não foi oficializado, mas Pedro Marques será o cabeça de lista do PS às europeias. O candidato deverá ser apresentado no próximo dia 16, durante a Convenção Europeia do PS, em Vila Nova de Gaia. Após ser apresentado o número um, os restantes elementos da lista serão aprovados numa nova Comissão Política do PS, que se realizará no próximo dia 28.
Na reunião da Comissão Política Nacional do PS, que se realizou ontem à noite, em Lisboa, António Costa afirmou que a lista será «integralmente paritária» em termos de género. E garantiu ainda que os Açores e Madeira terão candidatos entre os primeiros oito lugares efetivos.
O secretário-geral do PS defendeu também o princípio «da continuidade dos quadros especializados» no Parlamento Europeu. As declarações de Costa surgem como uma confirmação de que os eurodeputados Pedro Silva Pereira, Carlos Zorrinho e Maria João Rodrigues se manterão entre os primeiros lugares da lista socialista às europeias.
Na apresentação da candidatura, Rangel não perdeu tempo e atacou aquele que, ao que tudo indica, será o seu adversário. Começou por acusar Pedro Marques de ser «um candidato disfarçado de ministro» e «um ministro em campanha dissimulada». E pediu um esclarecimento ao primeiro-ministro: «António Costa tem que esclarecer, quanto antes, se o governo está a utilizar recursos públicos e aproveitar um cargo ministerial para promover um candidato». Rangel afirmou ainda que Pedro Marques é responsável por Portugal ter perdido fundos europeus.
Rangel não falou de Nuno Melo, que será novamente o cabeça de lista do CDS, nem de outros candidatos.
Do lado do BE, Marisa Matias também volta a ser a cabeça de lista. Nas jornadas parlamentares dos bloquistas, em Aveiro, a eurodeputada mostrou que a campanha já começou, ao escolher Pedro Marques como alvo do seu discurso. «O Governo do PS e Pedro Marques em particular criticaram a direita por não ter feito rigorosamente nada, durante quatro anos, no ramal da Lousã. Mas Pedro Marques e o PS vão pelo mesmo caminho: não é a anunciar autocarros elétricos que se resolve o problema», alertou, referindo-se à opção do Governo por autocarros elétricos, em vez de metro, no Ramal da Lousã – que liga Serpins a Coimbra –, onde a circulação está suspensa há oito anos.
António Marinho e Pinto também vai recandidatar-se ao Parlamento Europeu. Ao Expresso, o advogado confessou que «não queria» regressar a Estrasburgo, mas justificou a decisão com a «necessidade de prestar contas» a quem o elegeu.
A CDU também já anunciou que João Ferreira, atual eurodeputado comunista, será novamente o cabeça de lista da coligação às europeias.
As novidades surgem da Aliança e do PAN: o novo partido de Santana Lopes escolheu Paulo Sande para cabeça de lista e o partido de André Silva apresentou Francisco Guerreiro, que ocupou o terceiro lugar na lista para as europeias de 2014.