A segurança social finlandesa lançou em 2017 uma experiência para perceber como melhor se pode gerir as ajudas sociais aos desempregados que chegou agora ao fim. Durante dois anos, dois mil desempregados, entre os 25 e os 58 anos escolhidos ao acaso, receberam 560 euros mensais de subsídio sem que lhes fosse exigida qualquer contrapartida, uma medida que lhes trouxe mais otimismo que em nada parece ter contribuído para melhorar a sua empregabilidade.
A decisão de acabar com o programa não surpreendeu, pois estava tomada desde abril, quando o governo decidiu indeferir o pedido de novo financiamento apresentado pela Kela, a segurança social finlandesa, para prolongar a experiência em 2019.
Durante os dois anos em que durou a experiência, os dois mil desempregados receberam sempre os 560 euros mensais, mesmo quando arranjavam emprego. A ideia visava perceber se um rendimento garantido poderia incentivar as pessoas a arranjar trabalho.
Os resultados preliminares da experiência mostram que os desempregados que receberam o subsídio trabalharam mais ou menos as mesmas horas e ganharam em média o mesmo que os outros desempregados. O que sim, melhorou, foi a saúde, a autoestima e o otimismo em relação ao futuro dos dois mil escolhidos.
Tuomas Mujara, jornalista freelance e escritor de 45 anos, um dos escolhidos, pelo programa afirmou ao “El País” que o melhor da experiência foi “a liberdade” que lhe deu, principalmente a liberdade de saber que, por pior que corresse o mês, sabia que no final teria sempre um cheque, mesmo que fosse uma quantidade pequena que não dá para viver, mas ajuda.
Em abril, Olli Kangas, especialista envolvido na experiência, dizia ao “Guardian” que “dois anos é muito pouco tempo para retirar grandes conclusões de uma experiência tão grande. Deveríamos ter tido mais tempo e mais dinheiro para alcançar resultados confiáveis”.