No relatório mensal, a organização estima que, do seu lado, o volume da oferta também recue para 30,6 milhões de barris por dia, contra 31,6 milhões de barris por dia registados no ano passado.
O grupo petrolífero justifca estes valores com o facto de estarmos a assistir a um forte aumento da produção de países não-OPEP. Entre eles, estão os EUA. À margem disto, a OPEP esclarece ainda que esta menor participação por parte dos 14 sócios também está relacionada com a previsão de uma desaceleração do crescimento da procura energética.
O ano do sobe e desce
Em 2018, os meses passaram sem que o petróleo fosse negociado em Londres abaixo dos 50 dólares. Para encontrar a última vez que tinha acontecido, era necessário recuar até julho de 2017.
No entanto, o Natal não trouxe boas notícias para a negociação do Brent, que no dia 26 de dezembro começou a ser negociado em queda, pela quarta sessão consecutiva, quebrando mesmo a barreira dos 50 dólares. Chegou a desvalorizar até aos 49,93 dólares. Já o West Texas Intermediate (WTI), transacionado em Nova Iorque, tinha feito disparar os alarmes quando negociou, nessa mesma semana, em mínimos de junho de 2017: afundou 7% para os 42,36 dólares.
E mesmo com a situação a melhorar, a preocupação em torno do tema não abrandou. A Rússia, através do ministro da Energia russo, Alexander Novak, viu-se mesmo obrigada a tomar posição e garantiu a estabilidade para esta matéria-prima em 2019, o que permitiu que as cotações de petróleo voltassem aos ganhos. O barril de Brent seguiu a somar 7,15% para os 54,08 dólares. Em Nova Iorque também se conseguiu ganhar 8,23% para os 46,03 dólares.
No entanto, muitos continuaram a perguntar o que tem estado na origem deste sobe e desce no preço do petróleo que marcou tanto os mercados no final do ano passado. A resposta é relativamente fácil de dar se considerarmos a turbulência que afetou os mercados financeiros. À margem disto, é necessário ter em conta o aumento da oferta por parte dos EUA.
Para acalmar os investidores e diminuir os receios em relação ao que esperar de 2019, Alexander Novak declarou que os primeiros meses do próximo ano serão estáveis e deu a garantia de que a OPEP e todos os países aliados estão prontos para tomar posição caso as condições do mercado fiquem muito diferentes. Também o homólogo dos Emirados Árabes Unidos já tinha vindo dar a garantia de que a OPEP estava preparada para discutir cortes acima dos definidos.
Importa recordar que, apesar de a OPEP e países aliados terem decidido cortar na oferta, as preocupações continuaram a ser grandes. A justificar as grandes oscilações e principalmente as quedas estão as perspetivas de um excesso da oferta que se justifica com o facto de os EUA estarem a produzir a um nível recorde.