Esta aplicação serve “para facilitar a comunicação entre escola e família, bem como para reduzir o tempo que os educadores despendem com burocracia”, explicou Vanessa Biléu.
“Queríamos que ambos, pais e cuidadores, conseguissem partilhar informação não só sobre as rotinas dos seus filhos, mas, acima de tudo – e é aqui que fazemos bastante a diferença –, partilhar informação contextualizada sobre a aprendizagem e o desenvolvimento de cada criança de forma privada e segura”, adiantou.
Foi com esse princípio que a ideia viu a luz do dia em 2014, na Irlanda. Dois anos depois, chegou a Portugal. “Em dois anos, a ChildDiary já é utilizada em mais de 100 escolas em Portugal, maioritariamente creches e jardins-de-infância da rede solidária (IPSS) e privada. Contamos ainda com várias dezenas de educadores que utilizam a plataforma a título individual”, diz a cocriadora da ChildDiary.
Plataformas deste género permitem aos professores registar as rotinas das crianças ao longo do dia, “envolver os pais na aprendizagem dos filhos e dar a estes a oportunidade de perceberem qual a intencionalidade pedagógica desenvolvida ao longo do ano letivo, e não só apenas nas reuniões trimestrais”, explica Vanessa Biléu.
Apesar de as psicólogas se manterem com um pé atrás em relação a este tipo de ferramentas tecnológicas, a educadora de infância garante ao i que o feedback que tem recebido por parte de quem usa a sua aplicação é muito positivo: os pais congratulam-na pela ideia e afirmam que esta aplicação lhes abriu as portas da escola dos filhos, ajudando a reduzir a ansiedade e saber de recados que possam ser importantes a qualquer hora.
Já os educadores explicam que a plataforma os ajuda a poupar tempo quando têm de preencher a papelada relativa às atividades e rotinas das crianças e a “implementar estratégias pedagógicas e avaliações muito mais fundamentadas” e, por fim, facilita o envolvimento familiar.
“Se, por um lado, abre as portas da escola às famílias de uma forma inovadora, por outro, os docentes veem o seu trabalho mais valorizado junto dos pais, pois a informação que se faz chegar às famílias não se limita à partilha de fotografias, mas sim de evidências de aprendizagem contextualizadas curricularmente”, remata Vanessa Biléu.
Porém, a questão continua a pairar no ar. Até que ponto a facilitação do trabalho dos docentes e do envolvimento dos pais no ambiente escolar ajuda o desenvolvimento das crianças? Essa é uma resposta para avaliar no futuro.