Braga para Todos afirmou esta quarta-feira que “mais uma vez Ricardo Rio”, presidente da Câmara Municipal de Braga, “não cumpriu com o aumento do policiamento e limpeza no Monte do Picoto, em março passado, nas palavras do vice-presidente e que o mesmo está repleto de seringas usadas com sangue na área destinada a caminhadas e bicicletas”.
“Criticamos a divulgação massiva por parte da autarquia sobre o surgimento de um parque de desportos radicais a par da plantação de árvores autóctones face a um financiamento europeu e em oposição, na total omissão daquele perigo para a saúde pública e segurança dos frequentadores do espaço verde, que se depararam na manhã deste domingo com uma pessoa a injetar-se na via pedonal”, afirma este movimento da sociedade civil bracarense.
Segundo Andréa Medeiros, do Braga para Todos, “uma pessoa estava a injetar-se com na via pedonal do Monte do Picoto, na entrada pelo lado de Nogueira, supostamente a zona mais segura para fazer desporto e ir passear em família, neste dia andavam crianças com os pais e pessoas com animais de estimação perto da situação”, criticando a política muito mediática desta autarquia e com a maioria dos órgãos de comunicação social controlados.
“O edil, Ricardo Rio, tenta vender via meios de comunicação, como um espaço verde que até recebeu milhares dos fundos europeus e vai ter um parque, mas na verdade é dos locais mais perigosos da cidade, tanto a nível de saúde pública, como de segurança, e além das seringas, o lixo comum também não é recolhido”, segundo o mesmo movimento político.
“O lixo é imenso, além das seringas e dos restos dos kits, e isto reflete-se face à existência de apenas um caixote no miradouro, não há mais nenhum e todo o lixo não é recolhido frequentemente, aliás há lixo que está ali há um mês, será que a limpeza é mensal, ou só existe quando há denúncias?”, questiona em comunicado o movimento Braga para Todos.
Braga para Todos, nas palavras de Andréa Medeiros, tem o ambiente como das principais bandeiras “nas ações políticas e não é a primeira vez que aborda a situação do Monte do Picoto”, mas, no entanto, queixa-se “da falta de capacidade de Ricardo Rio para ouvir a oposição neste caso cívica e de não agir naquilo que realmente importa”, como acrescenta.
“É inconcebível a forma como o Monte do Picoto é pensado, ou nem sequer é pensado, pelo edil, ou seja, por um lado vende-se o local e fazem-se projetos que não temos nada contra, aliás, quanto mais atividades houver, melhor será para o espaço, que é um local privilegiado para a cidade, mas a limpeza não existe nem há Polícia a passar várias vezes ao dia, bastava isso, para evitar estas situações, aliás, isso foi prometido e devemos ter consciência que além de nós, vários cidadãos já alertaram o executivo e até limparam o espaço como forma de protesto, por isso, a conclusão é, Ricardo Rio não sabe como fazer, e não ouve quem lhe apresenta soluções simples e sem custos”, refere o Braga para Todos, numa ocasião em que a própria Polícia Municipal de Braga tem cada vez menos efetivos.
Prostituição masculina
A prostituição masculina que campeia no Monte do Pico também é assinalada ao longo do comunicado, segundo o qual “além de uma pessoa a injetar-se junto de crianças e suas famílias o movimento encontrou dezenas de seringas com sangue, preservativos usados e tem também relatos de assédios sexual durante o dia, sendo também o local conhecido como ponto de prostituição e há também o relato de uma pessoa que foi até ao miradouro numa manhã também de domingo, e foi abordado e assediado por um profissional do sexo, isto também é desagradável, porque pode acontecer a pessoas mais jovens”, afirma. “Acaba por ser uma situação complicada, o facto de tanto os toxicodependentes, como pessoas ligadas à prostituição, saberem que não vai ali a Polícia deixa-as à vontade, isto prejudica todos os bracarenses que com legitimado receio não vão para aquele local”, diz.
“Ricardo Rio erra e muito”
Andréa Medeiros diz que “as fotos serão enviadas a Ricardo Rio”, mas acredita “que irão, “para não variar, ser ignoradas, pois o nosso movimento não é recebido por Ricardo Rio, aliás, o mesmo já negou duas vezes reunião, parece ter dificuldade em aceitar que tem um grupo de cidadãos e de cidadãs, cada vez maior, mais organizado, a defender os interesses dos bracarenses, e acaba por nos dar força, porque se não nos recebe é porque deve ter receio de não ter argumentos para as suas falhas constantes na gestão do município, no entanto, como não estamos aqui para fazer parecer, mas para agir, passamos sempre todas as nossas questões à câmara, e única coisa que pedimos é que Ricardo Rio pense, reflita, porque o que pedimos é para os bracarenses e ele só ganha em agir de forma humilde e em assumir que erra e muito”, segundo uma das poucas vozes críticas à gestão camarária.
“Não é só dar festas”
Sobre o Monte do Picoto, “o movimento Braga para Todos é direto e objetivo, queremos policiamento, durante o dia patrulha de carro e de bicicleta na parte pedonal, e durante a noite um carro a circular como acontece no centro, depois queremos que a Agere enquanto que Braga não tem uma sala de consumo assistido, outro dos nossos pedidos a Ricardo Rio, que limpe o Monte do Picoto com uma equipa especializada duas vezes a três por semana, que a Braval instale ecopontos, porque a nível de reciclagem Braga também não é exemplo, e se ali é uma área propícia a desporto faz sentido por alguns ecopontos menores e também caixotes para lixo orgânico em todo o percurso”, considera. “Pedimos coisas que não afetam as contas camarárias, porque não envolve aumento dos gastos, mas surte efeitos positivos na vida dos bracarenses, o terem um espaço verde para passear com família, animais, fazer desporto, acima de tudo seguro e também um ponto estratégico para o turismo, porque é o único miradouro da cidade de onde se contempla o centro”, segundo destaca o movimento Braga para Todos, dizendo “não ser preciso festas, nem gastar milhares de euros, apenas adaptar-se às reais necessidades da cidade e isto vai agradar sem dúvida todos”, salientou o mesmo movimento da sociedade civil bracarense.