Bruno Lage afirmou-se tranquilo de que a interdição de quatro jogos aplicada ao Estádio da Luz pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), ainda passível de recurso com efeitos suspensivos, não irá influenciar o rendimento desportivo do plantel do Benfica. "São coisas que não podemos controlar. A direção respondeu da forma que acha correta. Aquilo que eu controlo são outras coisas. O que eu vejo e sinto é que, da forma que estamos a encarar todo este processo, queremos muito jogar no Estádio da Luz, na nossa casa. Mas se não houver Estádio da Luz jogamos em qualquer estádio: os sócios estão connosco e vão encher todos os estádios do país a apoiar-nos, pois esta equipa merece o apoio, pela forma como trabalha e joga", ressalvou o treinador encarnado, na antevisão da partida desta quinta-feira na Turquia, frente ao Galatasaray, na primeira mão dos 16-avos-de-final da Liga Europa.
As águias vivem um grande momento de forma, depois do duplo triunfo sobre o Sporting e da estrondosa goleada por 10-0 sobre o Nacional. Ainda assim, Bruno Lage garante que a equipa não se deixará deslumbrar. "Euforia porquê? Por termos vencido o último jogo? Temos falado muito do último jogo, mas estamos numa sequência muito boa, não foi só o último jogo. Vencemos duas vezes o Sporting, o Boavista, o Vitória de Guimarães…ao longo deste mês e meio vocês têm visto sempre equilíbrio", realçou o técnico, completando: "O mais importante é olharmos sempre para o nosso trabalho. Os resultados são muito importantes, mas só os vamos conseguir se olharmos para aquilo que é a nossa evolução enquanto equipa, a nossa forma de jogar. A pressão que coloco em cima de mim e dos jogadores é aquilo que é o nosso jogo, a nossa organização, e em função dos jogos a estratégia para cada jogo. Espero aquilo que temos vindo a fazer: entrarmos em campo concentrados na nossa estratégia e vencer o jogo."
Este será o décimo encontro de Bruno Lage como treinador principal do Benfica e o primeiro da sua carreira nas competições europeias, e o técnico de 42 anos assume estar a viver uma ocasião especial. " O mais importante é aquilo que conseguimos controlar, e isso é o nosso trabalho. Temos vivido isto com uma determinação enorme, mas também com um orgulho enorme. Não escondo que será mais um marco importante na minha carreira, mas o mais importante é olharmos para a tarefa. Isso afasta-nos de tudo o que nos envolve. Nesta vida importa é o dia a dia, trabalhar com qualidade e apresentar resultados", referiu, desvalorizando a questão do ambiente de apoio fervoroso nos estádios turcos: "Vai ser um ambiente semelhante ao do último jogo, em casa. Temos vivido esse ambiente em casa. Temos uma equipa experiente, com jogadores internacionais. Tenho esse conhecimento, pois já assisti a jogos ao vivo aqui. Sei o que nos espera, que é um apoio máximo à equipa da casa, mas temos de estar é preocupados com aquilo que fazemos. Os grandes jogadores gostam de jogar nestes ambientes e as boas equipas têm de jogar nestes ambientes. O desafio é este: perante uma grande equipa, um enorme treinador, um estádio fantástico, um público que apoia do primeiro ao último minuto, jogar com a qualidade que tempos apresentado em Portugal."
O técnico encarnado explicou ainda as ausências de Grimaldo, Pizzi e Jonas da convocatória para Istambul. "Opção. Apenas isso. Temos de entender que a época é longa, fizeram algo diferente ao longo destes últimos dois meses. Janeiro foi um mês muito carregado e fevereiro também vai ser. Estamos envolvidos em três competições e o plantel dá garantias, pois toda a gente tem trabalhado de forma empenhada. Apenas isso: opção", clarificou, abordando ainda a condição de Jardel, que entrou em campo no dérbi da Taça de Portugal, frente ao Sporting, já a contas com problemas físicos e acabou por ser substituído logo ao minuto 37, devido a lesão muscular na coxa direita: "Não é a questão de jogar de três em três dias, é a questão de jogar várias vezes de três em três dias. Vou dar um exemplo: fizemos a gestão de esforço no segundo jogo com o Sporting. Não foi bem gestão de esforço…tínhamos duas situações que podiam dar problemas. Uma era o Rafa, e fizemos a gestão que devíamos ter feito. A outra era do nosso capitão. Arriscámos, mas ele tinha indicação que, ao mínimo sinal, se fazia a alteração. O esforço dos atletas, a sequência de jogos, o historial de lesões, a idade, as viagens, a forma de recuperar… são tudo pontos que nos fazem chegar a determinado jogo. A nossa vida é dia a dia, é em função disto que temos de gerir o plantel."
No mesmo evento, Seferovic considerou o Galatasaray "uma grande equipa, com grandes jogadores", prevendo um jogo "difícil para as duas equipas". "Queremos ganhar, não viemos aqui apenas para jogar. Vai ser uma boa luta", anteviu o avançado suíço, que vive o melhor momento da carreira – é mesmo o melhor marcador das ligas europeias em 2019, com nove golos. "Sinto-me confiante. Tenho tido a oportunidade de jogar e tenho jogado bem, mas toda a equipa está bem. Sem os meus colegas não conseguiria marcar, e estamos todos confiantes", garantiu, jogando mais à defesa quando questionado sobre se o Benfica tem condições para conquistar a Liga Europa: "Vamos pensar neste jogo, que queremos vencer. Para já não pensamos na final, apenas neste jogo."