Luciana Abreu esteve esta quinta-feira no ‘Programa da Cristina’, na SIC, e aproveitou para esclarecer a polémica em que tem estado envolvida devido aos desentendimentos com Yannick Djaló e as filhas em comum do ex-casal.
O jogador de futebol havia estado recentemente à conversa com Manuel Luís Goucha, na TVI, garantido que não existia um motivo para que a cantora o impedisse de ver as filhas que têm em comum, Lyonce Viktórya e Lyannii Viiktórya.
Luciana decidiu ler um comunicado no programa de Cristina Ferreira: “É um documento que eu trago que foi revisto pelo meu advogado. Para que ninguém possa inventar processos para me extorquirem mais uma vez. Tenho provas de tudo, como é óbvio. Para não me deixar levar pela emoção prefiro ler”, começou por dizer.
“Aos 14 anos tive de fugir de casa e foi nessa idade que ganhei coragem para dizer basta! Basta à violação à minha integridade física e basta à violência doméstica. Familiarizei-me desde muito cedo com os cintos lá de casa e com os paus do quintal. Em criança assisti a muita pornografia. Quando o meu pai colocou as queixas-crime contra mim tomei a decisão de não alimentar a sede de protagonismo do meu progenitor tentando extorquir-me 40 mil euros. Eu pergunto: será que ele sabe que eu tenho quatro filhas?”, recordou.
“Aos 14 anos ganhei um concurso chamado ‘Cantigas da Rua’. O prémio foi um carro que vendi a tempo, evitando que o meu progenitor se apoderasse dele, e confrontei a minha progenitora quando lhe disse que ia embora e perguntei-lhe: ‘Vens comigo ou ficas, mamã?’. Na altura eu desconhecia o porquê do terror que eu vivia. Mais tarde vim a constatar que a segunda titular das minhas contas bancárias, a minha mãe, a quem tinha passado uma procuração por plenos poderes, retirava sem eu saber dinheiro das minhas contas, pois era ela que geria tudo”, contou.
Mas o relato da também atriz acerca da sua infância não ficou por aqui.
“Mais tarde vim a descobrir que as minhas duas irmãs são filhas de pais diferentes. E fui obrigada a desistir dos estudos e a abraçar três empregos para assumir certas despesas de casa e a sustentar a minha meia-irmã mais nova e, assim, ter a minha progenitora mais presente na nossa vida. Tinha-me sido dito que ela trabalhava de dia e de noite na Santa Casa da Misericórdia e eu sentia-me na obrigação, como boa filha, de contribuir e ajudar nas despesas da família, coisas que vocês sabem que eu sempre fiz. “Perdi a minha adolescência, não vivi, não me diverti. Descobri mais tarde que a minha progenitora, juntamente com uma sócia, afinal, à noite, tinham uma casa de massagens e dispenso-me de comentar mais esta casa. Para além de que, e como todos sabem, sempre dei à minha meia-irmã mais nova as oportunidades que não tive, como se de uma filha minha se tratasse. Tinha com ela discussões diárias que acabavam em violência doméstica, física, verbal, às quais as minhas queridas filhas mais velhas começaram a assistir, devido ao facto de eu não compactuar com o estilo de vida noturno que a minha irmã mais nova levava e que a nossa progenitora encobria e encorajava fazendo ouvidos moucos”, relembrou.
Luciana explica então que acabou por afastar a mãe e a irmã por considerar que estas eram um mau exemplo para as filhas.
“Como devem calcular as minhas filhas sempre foram, são e serão o centro do meu universo. E como devem calcular também não era esse o exemplo que eu lhes iria dar, muito menos a mesma infância que tive. Fui obrigada, apesar da chantagem psicológica e monetária que fizeram comigo, a convidar a minha irmã e mãe a saírem da minha casa. Até hoje nunca tentaram estar com as sobrinhas e netas, apenas uma única vez tendo sido combinada uma visita a um parque em Cascais. E, por coincidência, nessa mesma semana, mostraram-me uma revista que publicava uma reportagem com fotografias feitas por um paparazzi precisamente naquele dia, naquela hora e naquele local”, explicou.
A atriz começa então a explicar a polémica com Yannick Djaló.
“Vou saltar a parte em que ele abandonou a casa, abandonou as filhas, foi para Miami com amigos, a parte em que ele compra um Porsche Panamera vendendo o meu carro para o qual eu tinha contraído um crédito, um BMW X6, acrescentando 10 mil euros em dinheiro. (…) Vou saltar a parte em que as acompanhantes de luxo também me ligavam, semanas após semanas, a exigir o dinheiro que o Yannick não pagava nas festas que fazia, e abstenho-me de comentar o que acontecia nessas festas, porque devem calcular. E por ter tomado conhecimento desses factos a reação do Yannick teve como consequência eu ter de pedir assistência a um hospital, fazer uma queixa de violência doméstica, da qual, pelo amor que eu lhe tinha, mais tarde acabei por desistir, mas está registada”, contou.
Luciana refere ainda que nunca proibiu o jogador de futebol de estar com as filhas.
“Nunca proibi o Yannick de estar com as filhas em casa, ele é o pai delas e é respeitado, mas o Yannick não pode querer ver as filhas com os jornalistas e os paparazzi a acompanhá-lo. Não pode importunar o período escolar, nem o descanso a que as filhas têm direito. Se ele gostar das filhas como diz, deverá respeitá-las. Em tempos autorizei que as visitasse na escola, mas fui obrigada, até por própria insistência das pessoas da direção, que não o deveria fazer face ao comportamento que ele estava a ter. Em vez de as minhas filhas ficarem satisfeitas e calmas, o Yannick constituiu um agente de desestabilização e as minhas filhas regressavam a casa preocupadas, agitadas e receosas. Já se perguntaram porque é que o Yannick não visita as filhas desde os cinco anos da Lyonce? Pois ela tem bem presente a última vez que o viu. E o porquê de ter interrompido mais uma vez as aulas da Lyonce para lhe dizer que ia embora por muito tempo e não o fez com a Lyannii? Mágoa essa que a Lyannii tem até hoje? Já se questionaram que tenho vivido, sofrido em silêncio a tentar explicar a dor de duas crianças quando me perguntam: ‘Mamã, porque é que o papá não nos procura? Porque é que não atende o telefone?’. Ou quando se marcam visitas como foi o caso de dia 18 de janeiro do mês passado em que ele não compareceu e não avisou? Em que as minhas filhas estiveram quase duas horas à espera dele? O Yannick bloqueou-me no telefone e em todos os meios de contacto, se acontecesse algo de grave às nossas filhas como é que eu o contactaria?”, questionou.
“Imaginem o meu amor de mãe, a trabalhar por dois, a criar por dois, a amar por dois, tentando ao máximo proteger as minhas filhas de um sofrimento o qual eu não posso, nem consigo controlar, embora fosse o que eu mais desejo. Não é fazendo-se acompanhar de jornalistas, fotógrafos que após quase três anos de ausência total reaparece às filhas de surpresa. Apenas para aparecer nas revistas utilizando as filhas? E as viagens que eu fiz até à América, à França, à Tailândia para lhe levar as filhas dele? Onde entra tudo isso”, acrescentou.
“Diz que me deu muito dinheiro em casados? Essa é a parte que terá mesmo de provar à justiça, primeiro de onde vem esse dinheiro e depois em que conta é que entrou, porque na minha conta só constam as poucas pensões de alimentos que ele cumpriu. Às minhas filhas farei de tudo para as proteger porque sou mãe. O meu número de telemóvel mantém-se o mesmo durante anos (…) O dele, esse já muda constantemente, já lhe tentamos ligar várias vezes, até a pedido das nossas filhas, mas sem sucesso, infelizmente. Pai que é pai não vira costas aos filhos nem por orgulho, nem por ressabiamento, sempre disse que, após estes anos de ausência, seria ideal ele entrar na vida delas desde que essa aproximação fosse prudente, acompanhada e desejada”, disse ainda.
“Entrei com um processo em tribunal contra o Yannick, para a alteração do poder paternal, pois o Yannick vai ser obrigado a visitá-las e a respeitá-las ou eu não me chamo Luciana Abreu”, concluiu.