O ex-chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) Carlos Jerónimo admitiu, esta quarta-feira, que o furto de material de guerra dos paióis de Tancos tenha ocorrido com "conivência" do interior.
"Não sei como foi o roubo. Para mim, tal como na arrecadação dos comandos, tem de haver conivência lá de dentro. Não estou a afirmar", disse o general na reserva.
"Como é que desapareceram as `Glock´ da polícia? Com conivência lá de dentro. Quando o pilha-galinhas está dentro da capoeira… 'pfff'", acrescentou Carlos Jerónimo, que comandou o Exército entre 2014 e 2016.
O general, que foi ouvido durante mais de três horas na comissão de inquérito sobre o furto de Tancos, sublinhou que sempre assumiu as suas responsabilidades e que não é "como certos figurões que aparecem na televisão e dizem que estão de consciência tranquila quando todos sabem que mentem".
Carlos Jerónimo demarcou-se assim da decisão do seu sucessor Rovisco Duarte, que exonerou cinco comandantes das unidades em redor de Tancos, justificando o afastamento com o processo de averiguações.