Outra face do Desporto

Esta semana tomaram posse os novos órgãos sociais do Special Olympics. Uma cerimónia simples mas de enorme significado, com meia dúzia de pessoas a assistir. Teve lugar nas instalações do Comité Olímpico de Portugal, à Ajuda, com a presença do presidente, José Manuel Constantino, e do secretário de Estado da Juventude e Desportos, João Paulo…

Esta semana tomaram posse os novos órgãos sociais do Special Olympics. Uma cerimónia simples mas de enorme significado, com meia dúzia de pessoas a assistir. Teve lugar nas instalações do Comité Olímpico de Portugal, à Ajuda, com a presença do presidente, José Manuel Constantino, e do secretário de Estado da Juventude e Desportos, João Paulo Rebelo.

Os discursos proferidos por ambos foram surpreendentes. Foram muito mais que discursos de circunstância. Foram palavras de amor a uma causa que ambos conhecem por razões distintas. 

Foram discursos de quem sabe do que fala, dos problemas da deficiência em Portugal, das dificuldades de integração dos deficientes na sociedade, da falta de apoio tantas vezes sentida por quem diretamente enfrenta esta realidade.

Ao ouvirmos este jovem secretário de Estado ficamos com esperança de que a sua presença não tenha sido apenas simbólica – antes seja prenúncio de apoio constante a uma causa transversal, de apoio à prática do desporto por pessoas deficientes. 

Soubemos que, para já, existe um apoio à deslocação da comitiva de 33 atletas que irá representar Portugal nos Jogos Mundiais de Abu Dhabi já em março, em modalidades tão distintas como atletismo, ginástica, futebol, judo, natação, golfe, ténis de mesa ou equitação. Tenho pena que as medalhas que estes jovens ganham e que justificadamente exibem à chegada não tenham um décimo das notícias relativas à lesão de um jogador de futebol de um qualquer clube.

No seu discurso de posse, Dias Ferreira, de novo reeleito presidente da Direção, disse a Eduardo Barroso, novo presidente da Assembleia Geral, que – tal como acontecera com sua tia, Maria Barroso – esperava ter o prazer de estar com ele nessa chegada dos atletas no regresso de Abu Dhabi, para poder perceber a alegria desses jovens que, dando amor a uma causa, merecem receber o amor de todos nós no regresso a Portugal. Sabemos que irão trazer medalhas olímpicas, mas muito mais que a conquista de medalhas será para eles o orgulho de vestirem a camisola das quinas em representação do país. 

Uma palavra final para Fernando Seara, que me irá substituir nas funções de presidente do Conselho Fiscal, cargo que desempenhei durante cerca de 9 anos. Espero que venha também a possuir esse sentimento de pertença a esta causa de servir a sociedade no apoio real à deficiência – com a vantagem de uma maior notoriedade pública, que só poderá trazer benefícios a estes grandes atletas que são exemplos para outros profissionais… que apenas olham para a camisola nacional como um trampolim para melhores contratos.

 

P.S. – Assunção Cristas proclamou o apoio do CDS a Marcelo, depois de este ter admitido a sua recandidatura à Presidência num momento de exaltação – como o anúncio da realização em Portugal, em 2022, das Jornadas Mundiais da Juventude. De que teve receio Assunção para este apoio tão antecipado quanto extemporâneo? Que a Aliança possa lançar um candidato, refletindo o descontentamento de uma direita que elegeu Marcelo e não se conforma com o seu permanente apoio ao Governo de António Costa (que, sussurrante, quer fazer de Marcelo o ‘candidato da esquerda’)? Ou apenas quis relembrar a Marcelo quem o elegeu?