Segundo disse esta sexta-feira o secretário coordenador do Norte, Ricardo Fernandes, da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais e do Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais, “os nossos amplos serviços mínimos são como sempre cumpridos em pleno rigor”, mas “não serão, porque nunca poderiam, ser em consciência, aqueles que queria a tutela, a Câmara de Braga”, referindo que as orientações camarárias são “irresponsáveis”.
A recusa de tais diretivas é que na prática, se tivesse sido adotada, iria reduzir os turnos a metade, isto é, ficariam o concelho e a região envolvente não com cerca de duas dezenas, mas sim apenas com uma dezena de operacionais em cada turno, o que em caso de vários sinistros simultâneos, especialmente de alguma gravidade, “iam comprometer o socorro”.
Segundo Ricardo Fernandes, bombeiro sapador em Braga, “mesmo a perder dinheiro, nós assumimos essa perda de vencimento, mas garantindo o socorro à população, com quem assumem a responsabilidade da sua missão, porque fizemos um juramento que é sagrado”.
“Caso fossem cumpridos estes serviços mínimos, o socorro à população poderia ficar comprometido, o que para os bombeiros desta Companhia de Bombeiros Sapadores de Braga iria contra a sua missão e compromisso para com os que servem”, como salientou.
“Em causa, está o facto de os serviços mínimos já declarados pela Câmara Municipal de Braga retirarem elementos no início e no fim de cada turno, o que poderia, alegadamente, comprometer o socorro à população por não estarem assim garantidas as guarnições dos veículos de socorro”, explicou Ricardo Fernandes, destacando que “fazemos greve, mas a pensar na população, nós somos gente de bem, bombeiros e cidadãos de corpo inteiro”.
Ricardo Fernandes deu o exemplo da paralisação de dezembro de 2018, pois “nestas duas horas em que a Câmara de Braga pretende retirar elementos de ambos os turnos (nos serviços mínimos) registaram-se já na última greve 55 emergências pré-hospitalares, seis incêndios urbanos, um salvado e seis outros serviços e se aqueles serviços voltassem a ocorrer poderiam ficar sem resposta e por manifesta falta de efetivos”, referiu o dirigente.
“Os Bombeiros Sapadores de Braga decidiram cumprir os serviços mínimos declarados pelo Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais, assumindo a perda de vencimento, mas garantindo o socorro à população, com quem assumem a responsabilidade da sua missão”, acrescentou Ricardo Fernandes, lamentando “esta posição da Câmara de Braga”.