Já era de prever esta rutura?
A tensão vinha de alguma forma em crescendo. Não era previsível há dois anos, mas há dois meses já havia sinais públicos de tensão.
Quem é o principal prejudicado?
O beneficiário da ADSE (paga o mesmo mas deixa de ter acesso a prestadores nas condições anteriores).
E quem ganha com esta rutura?
Não há um ganho para ninguém. Mesmo como parte de um processo de negociação, não é claro que com a rutura se alcancem condições muito melhores, por parte dos privados, do que numa negociação que fosse bem conduzida de lado a lado.
Há o risco de aumentar a percentagem de desconto para a ADSE, que está nos 3,5% do salário?
Sim. Com a despesa a aumentar, se não diminuírem as coberturas ou a despesa média através da redução de preços ou de utilização, a única solução será aumentar a percentagem de desconto da ADSE. A entrada de novos beneficiários com menor utilização de serviços poderá ser uma forma de baixar a despesa média e com isso recuperar alguma folga.
Seria conveniente o Estado através do Orçamento voltar a disponibilizar uma verba para este subsistema?
Não. A intervenção do Estado no setor da saúde deve ser feita através do SNS.
Corre-se o risco de os funcionários públicos ‘correrem’ para os seguros de saúde?
Apenas nos funcionários públicos de elevado rendimento, cuja contribuição para a ADSE à taxa corrente d 3,5% já está próxima, se não mesmo ultrapassa, o prémio de seguros de saúde privados.
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