Recorde-se que a transportadora decidiu avançar com a encomenda de vários novos aviões, nunca antes testados, de forma a poder crescer e avançar com novas rotas. Por exemplo, a aposta no inovador A330neo serve, de acordo com a companhia, o objetivo de poder ser rei no longo curso. A transportadora nacional quis ser a primeira em todo o mundo a receber este modelo, que conta com a última geração de motores Rolls-Royce Tret 7000. Esta aeronave foi entregue à TAP pela Airbus, numa cerimónia que teve lugar em França. No entanto, ser o primeiro nem sempre é bom. Com a Rolls-Royce a ser confrontada com vários problemas por causa dos motores em vários modelos, um pouco por todo mundo, a questão veio bater à porta da companhia aérea, já que os problemas se estendem ao novo modelo. De acordo com fonte ligada à aviação, «há limitações e problemas nos motores e estão a tentar resolver». Entre estas limitações está, por exemplo, o facto de existirem problemas de capacidade.
O SOL sabe que já aconteceu ficar carga em terra, de forma a garantir o voo.
A operar de Lisboa para a América, nomeadamente, para o Brasil, «estes motores, nesta fase de desenvolvimento, são obrigados a mais examinações. Claro que, quando um voo vai cheio, no limite, pode ter de deixar carga», explicou uma fonte que pediu o anonimato.
Uma outra fonte reforçou que há sempre uma escolha a fazer: quando o assunto é aviação, a escolha é feita entre combustível ou carga e viagens de longo curso implicam mais combustível.
Recorde-se que, em 2015, a TAP fazia o seguinte anúncio aos trabalhadores: a frota ia ser renovada e a decisão estava tomada. Aeronaves que iriam gastar menos, ser mais confortáveis e estavam encomendadas. Também deveriam consumir menos combustível e, por isso, ser mais amigas das contas da empresa.
Humberto Pedrosa e o norte-americano David Neeleman escolheram modelos da Airbus, para o médio e longo curto, considerando serem mais baratos e eficientes para as viagens de longo curso, onde mais querem investir.
No entanto, até aqui, nada parece garantir que os novos aviões estejam aptos para fazer todos os voos, que estavam pensados, nomeadamente, para os EUA – que, aliás, ainda não deram todas as certificações indispensáveis aos novos Airbus (por exemplo, na linha de S. Francisco).
Empresa em silêncio
O SOL sabe ainda que estão a ser tratadas transformações e adaptações de aviões de médio para longo curso, mas levantam-se várias questões a nível técnico, nomeadamente por não terem a mesma capacidade de combustível, de horas de voos e ainda a mesma capacidade de atingir o máximo de altitude, porque demoram mais tempo. Questões que podem fazer toda a diferença durante uma tempestade, por exemplo, mas que fonte ligada à aviação garante que a Airbus tem tentado colmatar.
O SOL tentou, sem sucesso, contactar a TAP, até ao fecho desta edição.