Sete deputados trabalhistas decidiram bater com a porta e criar um grupo parlamentar à parte sob acusações de “antissemitismo”, “racismo” e “bullying” dirigidas à liderança de Jeremy Corbyn.“Estou enjoado por o partido ser agora racista, antissemita e furioso por o Partido Trabalhista estar a facilitar o Brexit”, disse Mike Gapes, um dos deputados que decidiram abandonar o principal partido da oposição britânica.
De seguida, acusou Corbyn, caso seja primeiro-ministro, de ser uma ameaça para a segurança do Reino Unido. Em causa está, por exemplo, a política externa defendida por Corbyn em relação “à Venezuela, Síria e Rússia”. O Labour tem trabalhado no terreno com organizações antirracistas contra o ações da extrema-direita no país, tendo, por exemplo, mobilizado os seus militantes para uma manifestação contra Tommy Robinson, líder da extrema-direita.
Também a deputada judia Luciana Berger decidiu sair do partido para “deixar para trás uma cultura de bullying, intolerância e intimidação”. Além de Gapes e Berger, saíram também os deputados Chuka Umunna, Ann Coffrey, Angela Smith, Chris Leslie e Gavin Shuker.
Desde que chegou à liderança trabalhista que Corbyn se tem confrontado com a resoluta oposição da ala blairista. Uma das suas estratégias tem sido a de tentar conotar Corbyn com posições antissemitas, desde sempre por si recusadas, tendo surgido após ter recusado apoiar incondicionalmente as políticas de Israel contra os palestinianos.
Corbyn reagiu à decisão com “desilusão por os deputados terem-se sentidos impedidos de continuar a trabalhar nas políticas do partido que inspiraram milhões nas últimas eleições, registando-se o maior aumento de votos desde 1945”.