No dia 7 a tensão entre PSP e moradores do bairro da Jamaica estendeu-se ao Campus da Justiça e o comandante da esquadra local tomou uma medida que provocou muito mal estar interno: a determinada altura, à hora de almoço, decidiu dividir os polícias entre brancos e os que tinham origem africana.
Nessa manhã tinham começado a ser julgados quatro homens por agressões e ofensas a elementos policiais durante o protesto que teve lugar na Avenida da Liberdade.
A notícia fez correr muita tinta logo no próprio dia: numa pausa do período da manhã, algumas das testemunhas arroladas pelos arguidos trocaram palavras mais duras com os agentes da PSP presentes no Tribunal de Pequena Instância Criminal. O episódio, que aconteceu no átrio interno, junto às portas das salas de audiência, ganhou contornos tais que o contingente policial acabou por intervir, assim como alguns funcionários judiciais ali presentes. Em consequência, uma pessoa chegou a ser levada para a esquadra para ser identificada.
Foi para evitar que a tensão se alastrasse ao período da tarde que o comandante daquela esquadra, Carlos Manuel Jorge, pôs em prática uma estratégia que tem gerado muitas críticas por parte dos agentes.
Para a parte da tarde da sessão foram enviados apenas os agentes da PSP de origem africana. O objetivo, segundo o comandante terá dito aos agentes, foi que pudessem agir numa situação extrema sem qualquer receio de acusações futuras de racismo.
A medida acabou por ser executada, mas ao que o i apurou causou um grande mal estar junto dos operacionais de escala naquele dia, que se sentiram discriminados pela cor da pele, – quer os que ficaram fora das quatro paredes da sala de audiência, quer os que foram destacados para estar presentes.
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