O antigo primeiro-ministro está atualmente a viver na Ericeira, e numa entrevista à publicação local Azul-Ericeira Mag, desfez-se em elogios à vila e contou como é que foi lá parar.
José Sócrates vive em casa de "um primo muito querido", como disse na altura que foi noticiada a saída de Lisboa, primo esse que José Paulo Pinto de Sousa, também ele na Operação Marquês, que terá recebido o imóvel de um empresário angolano do qual era credor.
O ex-governante contou que foi parar à Ericeira “por acaso” e explicou: "Vim porque o meu primo tinha aqui uma casa desabitada e me convidou a vir viver para aqui. E eu aceitei. É uma boa casa, aprazível".
"Tal como quando morava em Lisboa, também há muitas pessoas que se dirigem a mim para dizer aquilo que você calcula, mas no geral as pessoas comportam-se com toda a civilidade e têm sido muito afetuosas", adiantou à Azul-Ericeira Mag.
Para Sócrates, "não há nada” que possa “sentir alguma falta", das "instalações municipais de alta qualidade, os bons restaurantes, a gente muito simpática e a extraordinária beleza natural".
"Eu gosto deste mar bravo, forte da Ericeira. Há quem prefira os mares mais calmos e quentes, o que não é a minha preferência. Eu gosto dos mares fortes, agitados, ameaçadores! Não tomei ainda banho neste mar, mas gosto da Ericeira nos dias de inverno", afirmou, defendendo que a paisagem da vila convida "à introspeção, à reflexão, ao passeio e à contemplação".
Por outro lado, a Sócrates ainda falta experimentar o desporto local. "Nunca fiz surf e nada me puxa para isso", garantiu, explicando que tem "uma grande admiração pelo mar mas também muito respeito", disse.
A única crítica do antigo primeiro-ministro à Ericeira parecem ser os "exageros arquitetónicos" das décadas de 80 e 90.