O autoproclamado presidente interino venezuelano, Juan Guaidó, e um grupo de 80 deputados da oposição dirigiram-se ontem para a fronteira entre a Venezuela e a Colômbia. Pretendem encabeçar o comboio de veículos humanitários que pretendem que entre no país no sábado, tal como anunciara Guaidó.
“Culpo Iván Duque [presidente colombiano] se algum tipo de violência ocorrer na fronteira com a Colômbia”, avisou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Ontem, o governo encerrou a fronteira com o Brasil, estava a ponderar fazer o mesmo com a da Colômbia.
Guaidó não deu pormenores sobre como pensa fazer entrar a ajuda humanitária no país. No entanto, algumas figuras destacadas da oposição terão sugerido a criação de um cordão humano na fronteira, não se sabendo mais pormenores.
Maduro recusou que exista uma crise humanitária no país, defendendo que não passa de um argumento para uma “intervenção externa encapotada” e de um “show e uma armadilha para tolos”. Todavia, aceitou “assistência técnica” de um dos seus principais aliados: a Rússia, que enviou mais de 300 toneladas de medicamentos para o país – os hospitais têm falta de medicamentos por os fabricantes se recusarem vendê-los às autoridades venezuelanas devido às dívidas acumuladas.
Além da intervenções dos Estados, há duas iniciativas em torno da questão humanitária. Inspirado no Live Aid de 1985, o magnata Richard Branson, fundador da Virgin, juntou pelo menos 35 artistas para um concerto em Cúcuta, esperando juntar 250 mil espetadores e 100 milhões de dólares para ajuda humanitária. Os presidentes da Colômbia e do Chile, Sebastián Piñera, vão estar presentes. Do lado oposto, o governo venezuelano organizou um concerto semelhante, o Hands Off Venezuela.