Os populistas do Movimento 5 Estrelas (M5S) são os grandes derrotados das eleições locais da Sardenha, conseguindo apenas 11,1% dos votos – muito abaixo dos 42,5% que obtiveram na região nas eleições nacionais de março do ano passado. A derrocada confirma o desgaste do partido, que está numa coligação de governo com o partido de extrema-direita Liga, do ministro do Interior, Matteo Salvini. O candidato da Liga, o senador Christian Solinas, conseguiu 47,8% dos votos, superando a anterior administração de centro-esquerda, que ficou com apenas 33% dos votos.
O primeiro-ministro Giuseppe Conte, que tenta manter de pé uma coligação cada vez mais fragilizada, apressou-se a minimizar o resultado, pedindo que “não se enfatize uma eleição regional”. À margem de uma cimeira internacional, Conte garantiu que os resultados não “terão nenhuma consequência para o governo nacional”.
Esta é a segunda vitória local do partido de Salvini este mês, depois da região de Abruzzo, onde também se registou grande perda de votos do M5S. Apesar do diminuto peso político da Sardenha, o resultado é visto como sintoma geral do crescimento da Liga, que tem ganho cada vez mais popularidade no executivo em detrimento daquele que é o partido maioritário. Salvini tem aproveitado a questão da imigração e o confronto com Bruxelas para se mostrar como a verdadeira força dentro do executivo italiano.
A eleição na Sardenha levou o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi a falar na possibilidade de reatar a coligação com Salvini e os Irmãos de Itália, a mesma que foi a votos nas eleições do ano passado e só se desfez para a Liga entrar no governo, onde o M5S não queria Berlusconi. Salvini limitou-se a dizer que não atenderia o telefone.