O Brasil não apoiará por agora uma intervenção militar na Venezuela. Quem o garantiu foi o vice-presidente brasileiro, o general Hamilton Mourão, ao chegar à Colômbia para mais uma reunião do Grupo de Lima. "Vamos manter a linha de não intervenção, areditando na pressão diplomática e económica para buscar uma solução. Sem aventuras", disse o vice-presidente ao portal brasileiro G1.
De seguida, Hamilton referiu se os EUA avançarem com uma intervenção, essa possibilidade não é hipótese para Brasília, garantindo que Washington quer mesmo uma intervenção: "Julgo que [os EUA] desejam isso", afirmou.
Também a Espanha veio a terreiro recusar o apoio a uma intervenção militar no país latino-americano. "Nem todas as opções estão em cima da mesa", garantiu o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, Josep Borrel, à agência espanhola Efe. "Avisámos claramente que não apoiaremos – e que condenaremos – qualquer intervenção militar, o que esperamos que não venha a acontecer", acrescentou.
Estas tomadas de posição são a resposta oficial ao apelo do autoproclamado presidente interino venezuelano, Juan Guaidó, à comunidade internacional para que mantenha "abertas todas as opções para conseguir a libertação da pátria", o que está a ser entendido como um pedido de intervenção externa.
No sábado, Guaidó, em conjunto com os presidentes colombiano e chileno, tentaram forçar a entrada de ajuda humanitária na fronteira entre a Venezuela e a Colômbia. As forças armadas venezuelanas usaram gás lacrimogéneo para obrigar os 14 camiões e as centenas de voluntários que os escoltavam a recuar de volta para os armazéns além fronteiras venezuelanas.
Se Washington avançar mesmo com uma intervenção militar, terá de o fazer à revelia do Conselho de Segurança das Nações Unidas, à semelhança da invasão do Iraque em 2003, por a Rússia e China já terem deixado claro que irão vetar qualquer resolução que o legitime.
Pequim reagiu ao apelo de Guaidó apelando à comunidade internacional que encontre uma solução "construtiva" para a crise política na Venezuela, respeitando sempre a soberania do Estado latino-americano.